Com quatro meses para o fim do ano, o Governo da Bahia intensificou as ações do Programa Bahia Sem Fome e lançou, em setembro, dois novos chamamentos públicos para implantação e gestão de cozinhas comunitárias e solidárias, além de cozinhas municipais.
A iniciativa pretende ampliar a cobertura do projeto Comida no Prato e integrar equipamentos à rede estadual de combate à fome. “Esse edital chega como uma esperança para muitas famílias da nossa região. Queremos inscrever o nosso projeto porque sabemos o quanto uma cozinha comunitária pode transformar a vida de quem não tem o que colocar no prato todos os dias.” O relato é de dona Angelita Conceição, moradora de Salvador e ialorixá de um terreiro que se prepara para participar do último chamamento público do programa.
Os editais somam R$ 97,8 milhões e preveem a abertura de 317 cozinhas, com 14 milhões de refeições e atendimento potencial a 63 mil pessoas. O Edital nº 01/2025 é voltado aos 20 maiores municípios do estado: apoia 31 unidades gerenciadoras responsáveis por 110 cozinhas, com meta de 3,5 milhões de refeições e 22 mil atendimentos.
Já o Edital nº 02/2025, de abrangência estadual, seleciona 100 municípios para apoiar 207 cozinhas municipais, visando 10,5 milhões de refeições e 41 mil atendimentos.
Da China, onde cumpre agenda sobre segurança alimentar, o coordenador-geral do programa, Tiago Pereira, destacou a estratégia de interiorização: “Nosso foco é o Bahia Sem Fome chegar em cada canto da Bahia. Esses editais abrem espaço para que organizações sociais (OSC) e prefeituras ampliem conosco nossa Rede de Equipamentos Integrados para o Combate à Fome, garantindo que milhares de famílias tenham acesso regular à alimentação”.
O governo informa que o Bahia Sem Fome mobilizou mais de R$ 2 bilhões em 2024. Outro indicador é a adesão ao Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan): 138 dos 417 municípios já integram o sistema, o que representa quase 35% de cobertura no estado.
Em 2023, o programa registrou R$ 2,1 bilhões aplicados em diferentes frentes. No ATER-BSF, foram R$ 225 milhões destinados a 20,3 mil famílias em 27 territórios. O edital Ciência na Mesa 3, em parceria com Fapesb/Secti, investiu R$ 6,3 milhões em projetos de água para consumo e produção. O Comida no Prato I e II selecionou 250 pontos de cozinha em 109 municípios, garantindo 5,5 milhões de refeições a 50 mil pessoas por dia, com investimento global de R$ 60 milhões.
Os novos chamamentos públicos são voltados a organizações da sociedade civil e prefeituras, com foco em ampliar a Rede de Equipamentos Integrados para o Combate à Fome e assegurar acesso regular à alimentação em todo o território baiano.