Alunos do Colégio Estadual Dulce Almeida, em Itagibá, conquistaram o primeiro lugar no Prêmio Inova Nickel, promovido pela empresa Atlantic Nickel e voltado a unidades escolares do Território Médio Rio de Contas.
O projeto vencedor, o jogo digital “E agora?”, simula situações do dia a dia enfrentadas por pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e recebeu um incentivo de R$ 10 mil.
A inspiração para o jogo veio do colega João Luís Ferreira, diagnosticado com TEA, que participou ativamente da programação, tornando o projeto ainda mais especial. “Para mim foi incrível, porque sempre tive a vontade de criar um jogo e, como pessoa autista, me senti maravilhado”, contou João Luís.
O jogo, desenvolvido por um grupo de dez estudantes sob orientação dos professores Daniel Paiva e Gilson Oliveira, é estruturado em fases. O jogador controla um personagem autista que precisa lidar com desafios do dia a dia, como excesso de estímulos, aplicando estratégias de autorregulação. Para reduzir a ansiedade do personagem, é possível buscar objetos relacionados ao hiperfoco ou utilizar técnicas de autocontrole.
“Ver os estudantes focados em encontrar uma solução inovadora para um desafio dentro da sociedade, que às vezes é invisível, me deixa muito emocionado. Trazer uma proposta inclusiva não é apenas um jogo, é um serviço público, social e humanitário. Nosso objetivo é divulgar para a comunidade e estender ao mundo o que é o autismo”, destacou o professor Daniel Paiva.
O projeto ainda está em fase de protótipo, mas, com o recurso da premiação, será estruturado para que todos possam acessar. Além disso, foi criado um site exclusivo, contendo um manual para mães atípicas com informações sobre georreferenciamento, diagnóstico precoce, direitos e leis.
Para a estudante Cibelly dos Santos, participar do projeto foi uma experiência transformadora. “Foi maravilhoso compreender, me aprofundar e pesquisar mais sobre o autismo. Tivemos a oportunidade de conversar com mães e neuropsicólogas e promover a integração do colégio com a questão da inclusão, com a participação de João Luís e sua família”, relatou.
Já Isabelly de Jesus destacou que a escolha do tema buscava gerar impacto social. “A ideia é que o jogo traga mais empatia para aqueles que não têm tanto conhecimento sobre o autismo, promovendo inclusão e respeito às diversidades. Ganhar o prêmio mostrou que estávamos no caminho certo ao desenvolver um projeto inovador que pode mudar vidas”, afirmou.
O grupo ainda conta com os estudantes Rafik Santos, Bruno da Silva, David Ribeiro, Davi Magalhães, Maria Clara Santos, Sylas Andrade e Hannah Faleiro, que contribuíram para o sucesso do projeto.