A escritora Ana Maria Machado foi anunciada como a Personalidade Literária da 67ª edição do Prêmio Jabuti, conforme divulgado pela Câmara Brasileira do Livro (CBL). Esta homenagem é concedida a figuras que desempenharam um papel crucial na literatura nacional, contribuindo significativamente para a cultura brasileira e a formação de leitores ao longo das gerações.
Ana Maria Machado, autora de mais de 100 títulos, incluindo romances, ensaios, contos e uma vasta produção infantojuvenil, ocupa a Cadeira nº 1 da Academia Brasileira de Letras (ABL) desde 24 de abril de 2003. Suas obras foram traduzidas para diversos idiomas e publicadas em mais de 20 países.
De acordo com a Agência Brasil, Ana Maria iniciou sua carreira como pintora, estudando no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e no MOMA de Nova York, participando de exposições no Brasil e no exterior. Formada em Letras pela então Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil, ela também atuou como professora e jornalista.
Após ser presa em 1969 durante a ditadura militar, Ana Maria mudou-se para a Europa, onde trabalhou como jornalista na revista Elle, em Paris, e na BBC de Londres, além de lecionar Língua Portuguesa na Sorbonne. Durante esse período, concluiu sua pós-graduação em Paris, orientada por Roland Barthes, com uma tese de doutorado sobre Guimarães Rosa.
Carreira e Reconhecimentos
No Brasil, Ana Maria trabalhou em veículos como o Correio da Manhã, Jornal do Brasil, O Globo, e colaborou com revistas como Realidade, IstoÉ e Veja, além de semanários como O Pasquim, Opinião e Movimento. Ela também foi proprietária da primeira livraria especializada em livros infantojuvenis no país, a Malasartes.
Ao longo de sua carreira, Ana Maria Machado recebeu diversos prêmios, tanto no Brasil quanto no exterior. Ela venceu três edições do Prêmio Jabuti: em 1978, com “História meio ao contrário” (Literatura Infantil); em 1997, com “Esta força estranha” (Infantojuvenil); e em 2000, com “Fiz voar meu chapéu” (Infantojuvenil).
Além desses, foi agraciada com o Hans Christian Andersen (2000), considerado o “Nobel da literatura infantil”; o Prêmio Machado de Assis da ABL (2001), pelo conjunto da obra; o Casa de las Américas (Cuba); o Prêmio Cultura RJ; o Ibero-Americano de Literatura Infantil e o Príncipe Claus (Holanda).