A primavera 2025 no Hemisfério Sul começa na segunda-feira, 22 de setembro, às 15h19, e termina em 21 de dezembro, às 12h03. Nesta sexta-feira (19), o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) emitiram uma nota técnica conjunta com o prognóstico climático da estação, marcada pela transição para o período chuvoso no centro do país.
Segundo o documento, a primavera deve registrar episódios iniciais da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) e, no Sul, eventos convectivos que podem trazer chuva forte, rajadas de vento, descargas elétricas e eventual granizo.
Os centros alertam que o Pacífico Equatorial permanece em neutralidade desde março, com resfriamento recente na região Niño 3.4 (anomalias entre −0,3 °C e −0,4 °C em agosto). A projeção do APEC Climate Center indica 65% de probabilidade de transição para La Niña no trimestre outubro–novembro–dezembro.
Veja o prognóstico climático por região
Região Norte
A previsão climática para os meses de outubro a dezembro, indica condições favoráveis para o predomínio de chuvas próximas e abaixo da média climatológica (média histórica) em grande parte da Região Norte. Porém, nas porções sudoeste e nordeste do Amazonas, bem como o centroleste dos estados do Acre e do Amapá, os volumes de chuva podem ficar acima da média histórica.
A tendência da temperatura média do ar nos meses de primavera é de predomínio de condições mais quentes do que as condições das médias climatológicas em toda a região, especialmente em áreas de Roraima, Pará e Tocantins, onde as temperaturas podem ficar de 1 a 2 º C acima da média. Vale ressaltar que a falta de chuva no sul da Amazônia, aliada às altas temperaturas e à baixa umidade relativa do ar, ainda tende a favorecer a incidência de queimadas e incêndios florestais, principalmente no mês de outubro.
Região Nordeste
A previsão climática indica condições favoráveis para o predomínio de chuva abaixo da média climatológica (média histórica) no centro-oeste da região, principalmente no centro-sul do Maranhão e do Piauí, além do noroeste da Bahia. Na parte centro-leste da Região Nordeste, são previstos volumes de chuva próximos ou acima da média.
A previsão de temperatura do ar indica predomínio de condições favoráveis para temperaturas acima da média histórica nos próximos meses, porém os maiores valores devem ocorrer no sudoeste do Maranhão.
Região Centro-Oeste
Em grande parte da Região Centro-Oeste, são previstas condições favoráveis para volumes próximos e acima da média histórica, com chances do retorno gradual das chuvas entre meados de outubro e início de novembro. Desta forma, os primeiros episódios da ZCAS podem ocorrer nos próximos meses.
Quanto às temperaturas, a previsão indica condições favoráveis de temperaturas acima da média climatológica durante a primavera em toda a região.
Região Sudeste
Na Região Sudeste, a previsão indica condições favoráveis para chuvas próximas e acima da média climatológica, com tendência de chuvas mais regulares no decorrer dos próximos meses.
As temperaturas tendem a permanecer acima da média, principalmente no interior da região.
Região Sul
A previsão indica condições favoráveis de chuvas próximas à média histórica, com volumes que podem ficar acima dos 300 mm. Já as temperaturas previstas podem se manifestar com condições predominantemente acima da média
Agropecuária – impactos na safra 2025/2026
A possível instalação de La Niña costuma reduzir chuva no Sul e aumentar precipitações no Norte e Nordeste, mas os órgãos destacam que outros fatores podem atenuar ou intensificar esses efeitos. No litoral do Nordeste, chuva ligeiramente acima da média pode elevar a umidade do solo e beneficiar feijão e milho 3ª safra em enchimento de grãos.
No interior nordestino, a expectativa de precipitações abaixo da média aumenta o risco de déficits hídricos e pode comprometer a implantação da soja no Matopiba, região agrícola que engloba áreas do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.
No Centro-Oeste e Sudeste, o retorno das chuvas a partir de outubro tende a recompor a umidade do solo e a favorecer o plantio de soja e milho 1ª safra. No Sul, chuva próxima da média ajuda o início da safra de grãos, mas pode coincidir com o florescimento do trigo e elevar risco de doenças fúngicas nas espigas, com possível impacto em rendimento e qualidade.