O prognóstico climático da Primavera de 2025 (trimestre outubro, novembro e dezembro), divulgado em Nota Técnica Conjunta pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e Fundação Cearense de Meteorologia (Funceme), sinaliza um cenário meteorológico dividido para a Região Nordeste.
A estação, que começa às 15h19 desta segunda-feira, 22 de setembro, e vai até 21 de dezembro, é caracterizada por ser um período de transição climática, e na Região Nordeste, as previsões apontam para uma dicotomia entre o interior e o litoral.
A previsão climática para os meses de outubro a dezembro indica condições favoráveis para que a chuva fique abaixo da média climatológica (média histórica) em toda a porção centro-oeste da região.
Esta condição de precipitação reduzida deve atingir principalmente o centro-sul do Maranhão, o centro-sul do Piauí e o noroeste da Bahia.
Historicamente, é importante notar que os volumes de precipitação na primavera no norte da Região Nordeste são tipicamente inferiores a 100 milímetros (mm), especialmente no norte do Piauí e noroeste do Ceará.
Em contrapartida, na parte centro-leste da Região Nordeste, os volumes de chuva previstos tendem a ficar próximos ou até acima da média histórica para o trimestre.
Temperaturas acima da média
Em relação às temperaturas médias do ar, o prognóstico aponta para o predomínio de condições mais quentes do que a média histórica em toda a Região Nordeste nos próximos meses.
Os maiores valores de temperatura, ficando acima da média climatológica, devem ser observados no sudoeste do Maranhão. Climatologicamente, a primavera já é um período em que as temperaturas são mais elevadas em grande parte do interior da Região Nordeste.
Impacto agrícola e contexto La Niña
O cenário misto de chuvas traz impactos significativos para o planejamento agrícola da região. A previsão de chuvas ligeiramente acima da média em áreas próximas ao litoral do Nordeste deve elevar os níveis de umidade do solo. Este aumento da umidade pode beneficiar as lavouras de feijão e milho de 3ª safra, que ainda se encontram na fase de enchimento de grãos.
Já a expectativa de precipitações abaixo da média no interior aumenta o risco de déficits hídricos. Essa condição pode comprometer o plantio e a implantação da soja na região conhecida como Matopiba, que engloba áreas de grande potencial agrícola dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.
Há uma probabilidade de 65% de transição da fase Neutra para a fase fria (La Niña) no trimestre outubro-novembro-dezembro de 2025. Embora o fenômeno La Niña seja geralmente associado ao aumento da precipitação nas Regiões Norte e Nordeste, a variabilidade climática no Brasil é complexa, resultando da interação de diversos fatores que podem atenuar ou intensificar os efeitos do fenômeno. Portanto, o monitoramento contínuo das previsões é essencial.