FOTO: REPRODUÇÃO | PAULO PINTO - AGÊNCIA BRASIL
Vacina da covid também protege contra complicações cardíacas da doença

Vacina da covid também protege contra complicações cardíacas da doença

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A vacinação contra a covid-19 oferece proteção não apenas contra a forma aguda da doença, mas também contra a covid longa e complicações cardiovasculares associadas ao vírus. De acordo com um novo consenso clínico publicado na Revista Europeia de Cardiologia Preventiva, a imunização reduz a gravidade da covid-19 e diminui o risco de covid longa em mais de 40% em indivíduos vacinados com duas doses.

O documento, elaborado por cinco entidades médicas europeias da área cardíaca, destaca que a vacinação é fundamental na prevenção, especialmente para grupos de alto risco. As doses de reforço são recomendadas para reduzir o risco de covid longa e complicações cardiovasculares. Segundo o consenso, a imunização pode ajudar a aliviar os sintomas em pessoas não vacinadas que desenvolvem covid longa.

O consenso reúne orientações para prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação dos efeitos cardíacos das infecções de covid e da covid longa. Assinam o texto a Associação Europeia de Cardiologia Preventiva, a Associação Europeia de Imagem Cardiovascular, a Associação de Enfermagem Cardiovascular e Profissões Afins, a Associação Europeia de Intervenções Cardiovasculares Percutâneas e a Associação de Insuficiência Cardíaca da Sociedade Europeia de Cardiologia.

As complicações cardíacas após a infecção pelo vírus podem incluir miocardite, pericardite, infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral, trombose e embolia pulmonar. Pessoas que tiveram covid apresentam um risco duas vezes maior de desenvolver problemas cardiovasculares, risco que aumenta para quatro vezes em casos de hospitalização, podendo perdurar por até três anos após a infecção.

A comunidade científica estima que cerca de 100 milhões de pessoas no mundo vivem com covid longa, sendo aproximadamente 5 milhões com sintomas cardíacos. A incidência é maior em pessoas idosas, mulheres e pacientes com comorbidades pré-existentes. A prevenção deve começar com a educação precoce do paciente sobre sintomas associados a condições graves, como miocardite e insuficiência cardíaca.

Os pesquisadores enfatizam a importância de agir sobre fatores de risco modificáveis, como hipertensão e sedentarismo, mas reforçam que a vacinação é a única medida preventiva comprovada. O consenso esclarece que complicações de saúde após a vacina são raras e geralmente de curta duração.

Um estudo relacionado mostra que, entre mais de 2,5 milhões de pessoas vacinadas, apenas 54 tiveram miocardite, quase todos casos leves ou moderados. Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, destaca que o risco de miocardite como efeito adverso da vacina é muito menor do que o risco da própria doença causar essa complicação.

Desde 2024, a vacina contra covid-19 faz parte do calendário básico de vacinação infantil, com a primeira dose recomendada aos 6 meses de idade. O esquema completo visa preparar o sistema imunológico das crianças, reduzindo a incidência de hospitalizações por covid-19, especialmente em idosos e crianças menores de cinco anos.

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