Pesquisadores do Laboratório de Mirmecologia do Sertão, da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), em Petrolina, descobriram espécies de formigas e outros insetos que não existem em nenhum outro lugar do mundo.
Conforme informações divulgadas, as pesquisas foram realizadas em áreas do semiárido nordestino, incluindo dunas de Casa Nova e Pilão Arcado, na Bahia, e regiões ribeirinhas do Rio São Francisco.
Entre as espécies inéditas identificadas estão a formiga Eurhopalothrix oxente, encontrada em fragmentos de mata ciliar às margens do Rio São Francisco, o escaravelho Athyreus arretado e a joaninha Coeliaria almeidae.
“Descobrimos não apenas espécies inéditas, mas também ampliamos o conhecimento sobre insetos já descritos. Cada registro é um passo importante para entender o papel desses organismos no equilíbrio do ecossistema”, afirma o coordenador do laboratório, professor Benoit Jahyny.
O grupo também descreveu novas espécies de vespas parasitoides, como a Gonatopus cambitos, em Petrolina, e a Olixon caju, no litoral sergipano. Segundo os pesquisadores, essas descobertas evidenciam o potencial científico da Caatinga, bioma exclusivo do Brasil e ainda pouco explorado, reforçando a importância de ações de conservação e estudo da biodiversidade.
O trabalho é realizado por estudantes e jovens pesquisadores, que percorrem o semiárido coletando dados que se transformam em artigos científicos e ajudam a projetar o Cemafauna e a Univasf no cenário internacional.
Cada nova espécie encontrada reforça a relevância do semiárido não apenas como espaço de resistência humana, mas também como território de biodiversidade essencial para a compreensão dos ecossistemas tropicais.