O cenário climático para o trimestre de primavera de 2025 (outubro, novembro e dezembro) está intrinsecamente ligado às condições observadas e projetadas no Oceano Pacífico Equatorial.
As projeções mais recentes indicam uma alta probabilidade de transição da fase de neutralidade para a fase fria do El Niño-Oscilação Sul (ENOS), conhecida como La Niña.
Atualmente, o Oceano Pacífico Equatorial mantém condições de neutralidade. As anomalias de Temperatura da Superfície do Mar (TSM) na região Niño 3.4 (que é a área de referência para a caracterização do ENOS) têm se mantido próximas de 0,0°C desde março de 2025.
Contudo, observou-se um resfriamento progressivo dessas águas. Em agosto de 2025, as anomalias de TSM já variavam entre -0,3°C e -0,4°C. Embora esses valores ainda se enquadrem na faixa de neutralidade do ENOS, o progressivo declínio da temperatura superficial sinaliza a tendência de mudança.
Probabilidade de 65% de La Niña
O prognóstico climático para a primavera 2025, realizado pelo Inmet e Inpe, destaca as projeções do APEC Climate Center (APCC), sediado na Coreia do Sul.
As projeções do APCC indicam 65% de probabilidade de que ocorra a transição da fase Neutra para a fase fria (La Niña) no trimestre de outubro, novembro e dezembro de 2025.
Impactos Esperados no Clima Nacional
O possível início do fenômeno La Niña durante a primavera de 2025 levanta preocupações e impacta diretamente o planejamento da safra de verão no país.
Em linhas gerais, o fenômeno La Niña está historicamente associado a padrões específicos de precipitação no Brasil:
- Regiões Sul: Tendência de redução das chuvas.
- Regiões Norte e Nordeste: Tendência de aumento da precipitação.
No entanto, é crucial que o planejamento agrícola e hídrico considere a complexidade do clima brasileiro. A variabilidade climática resulta da interação de diversos fatores atmosféricos e oceânicos, que têm o potencial de atenuar ou intensificar os efeitos típicos do La Niña.
Assim, para o planejamento adequado, o monitoramento contínuo das condições observadas no Pacífico e das previsões climáticas subsequentes torna-se essencial. A primavera, que se inicia em 22 de setembro de 2025, é um período de transição entre as estações seca e chuvosa no setor central do Brasil, tornando o acompanhamento das condições oceânicas ainda mais relevante.