Tiago Marques | Redação 96FM
O fato de uma escola ter um bom desempenho na nota de seus alunos no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), não necessariamente significa que essa escola tenha a qualidade no ensino que reflete e nota. Por ser um atrativo publicitário para novas matrículas. escolas estão dividindo alunos em outros CNPJ´s para conseguirem rendimento superior no exame.
A escola que ficou em primeiro lugar em 2014 por exemplo, têm dois CNPJ’s no mesmo endereço. Ou seja, é uma escola dentro de outra escola. Enquanto que no Colégio Objetivo Integrado 42 dos 43 alunos prestaram o exame e conseguiram o primeiro lugar geral no ENEM, o Objetivo Centro Interescolar Unidade Paulista ficou na 608ª posição. O Colégio Integrado foi criado em 2009 enquanto o Centro Interescolar já exite a muitos anos. Isso faz parta de estratégia da empresa para aparecer bem no ranking. Os alunos destaque da escola são matriculados no CNPJ mais novo formando uma espécie de “tropa de elite”.
Segundo coluna de Matheus Prado do Jornal Estado de São Paulo, somente duas escolas que aparecem entre as dez primeiras e não utilizam esse padrão (de ‘inventar escolas’) são do estado de Minas Gerais. As duas possuem alunos oriundos de famílias de alta renda (quando cruzamos os dados de todas as provas do ENEM, até hoje, renda é a principal influência nas notas da avaliação. Em média, alunos de maior renda conseguem notas superiores aos alunos de menor renda). Não é demais citar o colunista Hélio Schwartsman: “quando uma escola aumenta sua mensalidade, ela aumenta sua nota no ENEM” (2014, adaptado).