Natuza Nery | Folha de São Paulo
A Petrobras decidiu reajustar em 6% o preço da gasolina e em 4% o preço do diesel nas refinarias. O aumento vigorará a partir da zero hora desta quarta-feira (30).
O preço nas bombas é livre e costuma ser reajustado à medida que o combustível com preço novo chegue aos postos.
Em geral, segundo o sindicato dos postos de combustíveis, o aumento de preço para o consumidor tem sido um pouco menor que o das refinarias.
A decisão foi tomada pela companhia na noite desta terça diante dos problemas de caixa da empresa após a forte alta do dólar nos últimos dias.
A estatal informou o aumento por meio de comunicado.
O reajuste é uma sinalização ao mercado de que a empresa, hoje comandada por Aldemir Bendine, tem autonomia para definir sua política de preços dos combustíveis.
“Os preços da gasolina e do diesel, sobre os quais incide o reajuste anunciado, não incluem os tributos federais Cide e PIS/Cofins e o tributo estadual ICMS”, diz o comunicado da empresa.
Integrantes do governo disseram à Folha que o próprio Palácio do Planalto considerou inevitável o reajuste em função das dificuldades financeiras da empresa, fortemente impactada pela disparada recente do dólar, o que ampliou os já elevados níveis de endividamento da companhia.
Em 10 de setembro, a agência de classificação de risco Standard & Poor’srebaixou a nota da Petrobras, tirando dela o selo de boa pagadora.
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- PERGUNTAS E RESPOSTAS
Os combustíveis vão ficar mais caros hoje?
O preço nas bombas, que é livre, deverá ser reajustado à medida que novos estoques de combustível cheguem aos postos
Por que a Petrobras elevou os preços? O reajuste de novembro não foi suficiente?
Com a disparada do dólar, a estatal (que importa combustível) vem tendo prejuízos com a gasolina. Segundo cálculos do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), a diferença entre os preços praticados no país e a cotação internacional era de 5,8% no dia 23.
Houve momentos em que esse cálculo foi favorável à Petrobras. Ela não podia segurar o preço dos combustíveis?
Uma das dificuldades da empresa é que a sua dívida, já alta, vem sofrendo uma pressão ainda maior com a valorização do dólar, já que boa parte dela está cotada na moeda americana.