A audiência pública sobre a prática das vaquejadas realizada nesta segunda-feira (31) foi bastante dividida. Inundada de aplausos e vaias, os temperamentos ficaram à flor da pele na sede da Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil. Os temas que mais causaram alvoroço foram os relacionados à questão cultural da vaquejada, a possível crueldade com os animais e a questão econômica. Com diversos painéis com palestras de promotores de Justiça, professores, veterinários, deputados, advogados, vereadores, a audiência pública foi gravada e será encaminhada para o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (CFOAB).
De acordo com o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional da Bahia (OAB-BA), Luiz Viana, a OAB-BA não tem um posicionamento oficial sobre o assunto. “O posicionamento da OAB-BA será o da Nacional. Em questões nacionais, a gente espera a colocação do Conselho”, afirmou. Viana adicionou, ainda, que a gravação da audiência será encaminhada para o Conselho. “Nós esperamos que o presidente Cláudio Lamachia utilize o material quando houver uma audiência e se ele pedir o nosso posicionamento, nós realizamos um conselho e enviamos”, explicou. O Conselheiro da OAB, Fabrício Castro, afirmou que o CFOAB também não tem um posicionamento institucional até agora. “Não temos um ‘sim ou um não'”, explicou. Heron Gordilho, promotor do Meio Ambiente de Salvador, professor responsável pelo Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa e Extensão em Direito Ambiental e Direito Animal da Universidade Federal da Bahia (UFBA) defendeu que a vaquejada não é cultura. “Cultura é o que é uma manifestação realizada naturalmente pela sociedade. A vaquejada é um ambiente forjado. Os vaqueiros forçam o gado a fugir e o derrubam”, afirmou. O deputado estadual Eduardo Salles (PP) defendeu que a vaquejada fosse realizada com a regulamentação. Salles é autor da Lei Estadual Nº 13.454, de 10 de novembro de 2015, que regulamenta a Vaquejada como prática desportiva e cultural no estado da Bahia e institui medidas de proteção e combate aos maus tratos com os animais. O representante da Seccional de Serrinha, Sabino Neto, afirmou que caso a vaquejada fosse extinta, isso causaria um desemprego de 700 mil pessoas.
por Júlia Vigné – Bahia Noticias
Esta postagem foi publicada em 1 de novembro de 2016 06:36
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