Com 50 vezes mais potência do que a heroína, o medicamento fentanil foi a causa da morte do cantor Prince no ano passado. A substância que era usada como anestésico, já chegou ao Brasil e foi apreendida na Bahia. O fentanil faz parte do grupo das quase 30 “novas” drogas que foram identificadas pelo Departamento de Polícia Técnica da Bahia (DPT). As apreensões aconteceram na Bahia nos últimos três anos.
As apreensões acontecem após denúncias. “Usamos cães farejadores que possuem treinamento específico para droga sintética e atuamos em áreas por onde essa droga entra no estado, como é o caso de aeroportos, estradas, ferryboat e pelos correios”, explica Figueiredo.
As primeiras drogas “incomuns” começaram a aparecer no DPT em 2011, mas a identificação precisa não era possível. Há quatro anos, o laboratório conta com três cromatógrafos. Eles fazem a comparação com o banco de dados disponível e delimita a qual substância pertence a amostra analisada.
Alucinógenos
A maior parte das amostras analisadas e identificadas pelo DPT tem efeito alucinógeno semelhante ao do LSD e ecstasy. No entanto, ambas já começam a aparecer com menos frequência no laboratório.
“O fentanil tem efeito 50 vezes mais que heroína. Essa droga começa a ser usada de forma abusiva. Não é detectado só na Bahia. Está sendo comum achar em outros estados do país”, completa Marisa.
Segundo o coordenador do Centro de Estudos e Terapia do Abuso de Drogas (Cetad/Ufba), Antônio Nery, a maior parte das substâncias é conhecida. Apenas começaram a ser apreendidas e identificadas pela polícia recentemente. “As substâncias não são novas, talvez seja novo para a polícia que começa a fazer a triagem. Mas elas são de grande potencial de risco para a vida, são estimulantes associados a outras substâncias”, afirma.