O Facebook anunciou, nesta quarta-feira, que contratará 3 mil pessoas para filtrar conteúdos violentos publicados plataforma e acelerar a remoção desses vídeos. A iniciativa foi tomada após a transmissão de diversos assassinatos e suicídios na rede social. A medida foi divulgada pelo fundador da empresa, Mark Zuckerberg, em sua página.
“Para construir uma comunidade segura temos que reagir rapidamente (…), responder rapidamente a alguém que precisa de ajuda ou eliminando uma publicação”, escreveu Zuckerberg.
A quantidade de novos contratados representa cerca de dois terços do número atual de funcionários do Facebook. A decisão de Zuckerberg em contratar tantas pessoas para realizar o controle da rede acontece uma semana após um tailandês exibir a morte de sua filha de 11 meses em uma transmissão ao vivo e depois se suicidar diante das câmeras. O vídeo só foi removido da rede social um dia depois, quando já tinha 370 mil visualizações. Também no mês de abril, um americano veiculou imagens suas assassinando um idoso e, após ser perseguido pela polícia durante três dias, se matou.
Os 3 mil contratados representam cerca de dois terços do número atual de funcionários do Facebook. De acordo com Zuckerberg, eles serão responsáveis não só por filtrar os vídeos, mas também para analisar outros conteúdos.
Maior rede social do mundo, com 1,9 bilhões de usuários mensais, o Facebook tem tentado automatizar o processo de busca e censura de pornografia, violência e materiais ofensivos. Em março, a empresa anunciou que planeja usar a tecnologia para ajudar a identificar usuários com tendência suicida e fornecer assistência.
Apesar do desenvolvimento de tecnologias de filtro, especialistas afirmam que a melhor maneira de selecionar o conteúdo continua sendo por meio de recursos humanos.
— Embora a indústria diga o contrário, eu não conheço nenhum mecanismo computacional que pode adequadamente, com 100% de precisão, fazer esse trabalho no lugar de seres humanos. Tecnologicamente, ainda não estamos lá — afirmou a professora de estudos da informação da Universidade da Califórnia, Sarah Roberts.
Agência O Globo