O empresário argentino Alejandro Burzaco, delator no esquema de propinas envolvendo dirigentes da Fifa, acusou a TV Globo de participar de uma negociação de suborno em troca dos direitos de transmissão das Copa de 2026 e 2030. A acusação foi feita em depoimento nesta quarta-feira (15), num tribunal no Brooklyn, em Nova York, no processo que julga dirigentes da Fifa.
Segundo a investigação do FBI, Burzarco, que é ex-presidente da produtora Torneos, também conhecida como TyC, empresa que negociava com os canais de televisão os direitos de transmissão, tanto na Argentina como em outros países da América Latina, é apontado como responsável por pagamentos milionários para transmissão de torneios de futebol.
Em seu depoimento, o empresário afirma que acertou, junto com a Globo e a Televisa, pagamentos de 15 milhões de dólares (cerca de R$ 50 milhões) como forma de garantir os direitos de transmissão das Copas de 2026 e 2030. Burzaco afirma que o pagamento foi combinado em março de 2013, durante a realização de um evento da Fifa em Zurique, na Suíça. O destinatário da propina, segundo ele, era Júlio Grondona, dirigente da Fifa ligado à federação da Argentina, que morreu em 2014.
A Rede Globo negou veemente a acusação e disse que instalou sindicância para apurar pagamento de propinas e não encontrou nenhuma irregularidade na empresa.