Uma professora da escola do Distrito Federal onde um menino de 8 anos desmaiou de fome há cerca de uma semana, disse à TV Globo que é comum que os alunos que moram longe reclamem de fome. “Eles ficam dispersos, não conseguem prestar atenção.”
Segundo a professora Ana Carolina Costa, 250 crianças que estudam na Escola Classe 8 do Cruzeiro vivem no Paranoá Parque, em um condomínio do programa Minha Casa, Minha Vida que fica a 30 km da escola. Todas elas são de famílias de baixa renda.
Cerca de 6 mil famílias de baixa renda vivem no local, mas não há escolas por perto. A mãe do menino que desmaiou, Leidiane Amorim, mora no condomínio há cerca de um ano e cuida de 6 filhos com bolsas de programas assistenciais que somam R$ 946 e está desempregada.
A filha mais velha, de 13 anos, diz que é comum que ela e os irmãos vão para a escola com fome. “A barriga da gente fica doendo de tanta fome. A gente fala pra professora, mas ela não tem como resolver.”
De acordo com a administração da escola, as aulas acontecem à tarde mas, por conta da distância e do número de paradas de ônibus até o local, muitas crianças saem de casa às 11h e passam o horário de almoço no transporte escolar do governo. “Como as famílias têm renda baixa, muitos desses alunos saem sem almoçar”, disse a professora.
Resposta do governador de DF
Em resposta à situação, o governador do DF, Rodrigo Rollemberg, informou ao G1, que a escola serve arroz, feijão, carne e macarronada como lanche, às 15h30, e que o caso do menino que desmaiou é uma questão pontual da família, e não da escola.
“Se tem uma família carente […], nós estamos buscando dar toda a assistência a essa família para que isso não aconteça mais. Mas isso é uma questão pontual da família e não da escola.” diz o governador.