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Prova de concurso público é investigada por racismo: ‘Negro só tem de gente os dentes’

Prova foi aplicada em no concurso público da Prefeitura de Morrinhos, em Goiás

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Será investigada pelo Ministério Público e pela Polícia Civil, a  prova de um concurso público na da prefeitura de Morrinhos (GO). Uma das questões, envolvendo racismo histórico e Bíblia, colocava entre as alternativas “Negro parado é suspeito, correndo é ladrão, voando é urubu” e “Negro quando não suja na entrada, suja na saída”.

A prova foi aplicada no dia 14 de janeiro. Na parte de conhecimentos gerais, havia um texto com o título “Qual a origem do racismo?”, que afirma que no século XV, teólogos chegaram à conclusão de que escravizar africanos era natural. A teoria era baseada no Livro de Gênesis, em que Canaã, filho de Noé, se embriaga e é condenado à escravidão.

Com base nisso, a questão perguntava qual “provérbio” racista representava mais a ideia contida no livro bíblico. Entre as opções estavam  “negro só tem de gente os dentes”, “negro parado é suspeito, correndo é ladrão, voando é urubu”; “negro quando não suja na entrada, suja na saída”; “negro deitado é um porco, e de pé um toco”.

Reprodução

A alternativa correta, segundo a comissão organizadora, era “negro só tem de gente os dente”. Candidatos ficaram revoltados com a situação e outros fizeram piadas durante a prova. “Algumas pessoas riram, fazendo chacota na hora que viram a questão, outros tomaram dores e faziam sinais negativos de que a aquela pergunta era inadequada”, disse o candidato.

O Ministério Público Estadual de Goiás também instaurou um inquérito para apurar o caso. O órgão notificou o prefeito da cidade, Rogério Troncoso (PTB), para que ele explique a situação. A empresa Consultoria Público-Privada (Consulpam), responsável pelas provas, também foi notificada.

A prefeitura informou que tinha pedido explicações à empresa responsável pelas provas. O coordenador das provas, Apolônio Nunes de Oliveira, disse que a questão não teve intuito de ser ofensiva, mas sim de provocar uma discussão sobre o tema. “A ideia que a banca teve ao colocar esta questão foi de que isto chamava a discussão do preconceito, da origem do preconceito. Eu quero defender com toda nossa garra, com toda nossa força, que jamais teve o intuito de ofender ninguém”, disse ao Apolônio ao G1.

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