O médico ginecologista Joaquim de Souza Lima Neto, de 58 anos, foi preso pelo envolvimento em casos de abuso sexual. Condenado em 2015 por crime de violação sexual mediante fraude, o suspeito recorreu da sentença e continuava trabalhando normalmente.
A prisão preventiva foi decretada pela 10ª Vara Criminal, mandado que foi cumprido na manhã desta terça-feira (23) por agentes da Delegacia Especializada ao Atendimento à Mulher (Deam). De acordo com a delegada Ana Elisa Gomes Martins, responsável pelo caso, Joaquim cometeu mais três abusos em 2017, quando submeteu uma das vítimas à prática de sexo oral durante uma de suas consultas.
O preso foi ouvido na manhã desta terça (23) e passará por uma nova oitiva à tarde. “Ele nega a participação nos casos, chama os relatos de mentirosos e afirma que é extremamente ético durante os atendimentos. É a tese adotada pela defesa: desqualificar as vítimas”, enfatiza a delegada.
O médico está à disposição do Poder Judiciário e deve ser conduzido para triagem na Casa de Prisão Provisória até o final desta semana. Durante a manhã da terça-feira(23), segundo a delegada, muitas mulheres ligaram dizendo que foram vítimas. No entanto, é preciso que a denúncia seja feita presencialmente na Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM). “Elas precisam vir até a delegacia para registrar ocorrência e fazer o reconhecimento ou não do médico”. A reportagem do Mais Goiás tentou contato com a defesa do médico, mas o advogado não atendeu as ligações.
O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) informou, por meio de nota, que irá apurar os fatos. [A entidade] “dará celeridade à apuração em razão da gravidade do que já foi divulgado, e que, quando da posse da documentação concernente, dará prosseguimento às providências cabíveis”, sublinha o texto. Segundo a delegada, o médico possui 30 anos de atuação e já teria atuado em um grande hospital de Goiânia.