22.1 C
Guanambi
18.4 C
Vitória da Conquista

PF investiga esquema de falsificação de indenizações relacionadas ao rompimento da barragem de Mariana

Para obter as indenizações foram utilizados protocolos de solicitação de licença de pescador profissional datados de setembro e outubro de 2015

Mais Lidas

A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta terça-feira (26) a Operação Meandros, com objetivo de combater corrupção e fraudes na emissão de protocolos de solicitação de licença de pescador profissional e inserção de documentos públicos falsos em sistema de informações pelo Escritório Federal de Aquicultura e Pesca, no Espírito Santo.

A operação contou com a participação de 55 Policiais Federais, sendo realizado o cumprimento de 24 mandados de busca e apreensão, em Baixo Guandu/ES, Vitória/ES, Vila Velha/ES, Serra/ES, Brasília/DF, abrangendo as residências dos investigados, a sede da Colônia de pescadores em Baixo Guandu/ES, um escritório de advocacia em Vila Velha/ES e o próprio Escritório Federal de Aquicultura e Pesca, em Vitória/ES.

As investigações tiveram início com o recebimento de denúncias, as quais relatavam que muitas pessoas do município de Baixo Guandu, que não eram pescadoras, estavam solicitando registro de pescador profissional. O objetivo era receber da Fundação Renova indenizações devidas em razão dos danos causados ao Rio Doce, com o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana/MG, no dia 05/11/2015.

Para obter as indenizações foram utilizados protocolos de solicitação de licença de pescador profissional datados de setembro e outubro de 2015. As provas colhidas até o momento indicam que esses protocolos foram emitidos com data retroativa, anterior ao rompimento da barragem, para permitir que indivíduos que não eram pescadores à época ou que não estavam com os documentos em dia, pudessem fechar acordos extrajudiciais na Fundação Renova.

As investigações apontam para o envolvimento de funcionário do Escritório Federal de Aquicultura e Pesca no ES, que foi o responsável por dar validade aos protocolos falsos e produzir ofícios e outros documentos oficiais no interesse do grupo investigado;  de lobistas que agiam fazendo a intermediação entre advogados e representantes de colônias de pescadores; e de representantes de colônia de pescadores, que agiam atraindo interessados em receber as indenizações e, em troca, recebiam parte dos honorários obtidos com os acordos extrajudiciais.

Foi possível apurar que o Escritório Federal de Aquicultura e Pesca no ES produziu documentos oficiais e inseriu tais documentos em sistemas informatizados do Governo Federal, validando os protocolos suspeitos de falsidade. Além da fraude contra a Fundação Renova, a falsificação dos documentos gera prejuízos ao INSS, já que permite o recebimento de benefícios como o seguro desemprego no período do defeso, licença-maternidade e aposentadoria a pessoas que não exercem a profissão de pescador.

Estima-se que, apenas em Baixo Guandu e região, cerca de 100 pessoas conseguiram receber indenizações da Fundação Renova, utilizando protocolos suspeitos de falsidade, o que representa o recebimento de cerca de R$ 7 milhões contando indenizações e auxílios financeiros.

CRIMES INVESTIGADOS

Os investigados responderão pelos crimes de Estelionato contra a Fundação Renova (Art. 171 do CPB); Falsidade ideológica em documentos púbicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA (Art. 299 do CPB); Inserção de dados falsos em sistema de informação do MAPA (Art. 313-A do CPB); Corrupção passiva (Art. 317 do CPB).

Via PF

Notícias Relacionadas

Deixe uma resposta

Últimas