Um técnico em informática foi preso em flagrante no município de Guanambi, na Bahia, nesta quinta-feira, durante a 4ª fase da Operação Luz na Infância, deflagrada pela Polícia Civil em 26 estados e no Distrito Federal , para apurar crimes de abuso e exploração sexual contra crianças e adolescentes praticados na internet.
Segundo a Polícia Civil, Fábio Luiz leal da Silva, 33 anos, foi flagrado na casa onde mora com o avô, no bairro Santo Antônio, com mais de 1,2 mil vídeos pornográficos envolvendo crianças armazenados.
Na residência, a polícia disse ter apreendido notebooks, computadores, pen drives e cartões de memória contendo os materiais. Somente um dos computadores apreendidos tinha cinco HDs.
“Os vídeos contém crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade, crime de pedofilia e pornografia infantil. Essa investigação pode ser ampliada. A princípio, a gente detectou a ocorrência desse delito, mas outros delitos podem identificados no decorrer da investigação. Se ele agia de forma isolada, se fazia parte de uma rede de pedofilia, se compartilhava esse material, são situações que as investigações daqui para frente vão responder”, informou o delegado Cristiano Mangueira,diretor adjunto do Departamento de Polícia do Interior (Depin).
Ainda segundo o delegado, a investigação partiu do Ministério da Justiça, através do Serviço de Inteligência (SI), que verificou a troca de dados com material de pornografia infantil pela internet.
De acordo com a polícia, no depoimento, técnico em informática preso na Bahia confessou que tinha o hábito de armazenar materiais do tipo, baixados da internet com uso de um programa de download, o que é considerado crime, conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente.
A polícia disse que agora apura se algum vídeo foi produzido pelo próprio suspeito, ou se ele apenas baixava da internet, se compartilhava o conteúdo, se tem alguma ligação com abusos contra menores de idade no estado e se é membro de alguma organização criminosa especializada nesse tipo de crime.
Fábio está preso na Coorpin de Guanambi à disposição da justiça. Foi a única prisão na Bahia durante a operação nesta quinta-feira. A ação resultou no cumprimento de outros mandados de busca e apreensão, segundo a Polícia.
Dos oito alvos no estado, quatro foram em Salvador, dois em Lauro de Freitas, um em Jacobina, além do de Guanambi. Os suspeitos alvos de mandados de busca e apreensão, todos do sexo masculino, não tiveram identidades divulgadas, porque, segundo a Polícia, o envolvimento deles nos crimes ainda é investigado.
Todos os materiais recolhidos serão encaminhado à Polícia Técnica. A polícia disse que chegou até os suspeitos com base em elementos informativos coletados em ambientes virtuais, que apresentavam indícios de autoria e materialidade delitiva.
Operação
Em Salvador, cerca de 50 policiais participaram da operação e outros 12 no interior. Em todo o país, foram expedidos 266 mandados de busca e apreensão e, até as 8h, 50 pessoas já haviam sido presas.
Segundo informações da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), os alvos foram identificados pela Diretoria de Inteligência da Secretaria de Operações Integradas do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), com base em elementos informativos coletados em ambientes virtuais, que apresentavam indícios suficientes de autoria e materialidade delitiva.
As informações foram repassadas às Polícias Civis, no caso da Bahia, à Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Contra a Criança e o Adolescente (Dercca) e Departamento de Inteligência Policial (DIP), que instauraram inquéritos e solicitaram aos juízes locais a expedição dos mandados de busca e apreensão.
Ainda segundo a SSP-BA, as ações simultâneas mobilizam um efetivo de mais de 1.500 policiais em todo o país e são decorrentes de cooperação mútua entre a Diretoria de Inteligência e a Diretoria de Operações, ambas vinculadas à Secretaria de Operações Integradas do MJSP.
Houve também colaboração da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, por meio da Adidância da Polícia de Imigração e Alfândega em Brasília (US Immigration and Customs Enforcement-ICE), oferecendo cursos e capacitações que subsidiaram as quatro fases da Operação Luz na Infância.
Via G1