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Bahia tem 12 mortes por ataques de animais peçonhentos em 2019

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De janeiro ate o início de abril desse ano, ao menos 12 pessoas morreram na Bahia em decorrência de ataques de animais peçonhentos, segundo dados divulgados nesta terça-feira (9) pelo Centro de Informação Antiveneno do estado (Ciave).

Um dos casos ocorreu na última semana, quando um homem veio a óbito depois de ser ser picado por uma cobra-coral ao brincar com o animal em Caetité, na região sudoeste — o ataque foi registrado em um vídeo.

Do total de mortes ocorridas esse ano no estado, dois foram em decorrência de ataques de serpentes. Os demais óbitos foram resultados de ataques e escorpiões (8), aranhas (1) e abelhas (1).

O Ciave afirma que o número de vítimas pode ser maior, porque as pessoas atacadas que evoluem a óbito antes de chegar a uma unidade médica não entram nas estatísticas do órgão.

Em 2018, foram 65 mortes (15 por conta de ataques de serpentes, 32 devido a ataques de escorpiões, 13 por abelhas, duas por causa de aranhas e três devido a ataque de outros animais).

O número de acidentes envolvendo animais peçonhentos registrados pelo Ciave, repassados pelos municípios, somam 6.358 no estado, de 1º janeiro de 2019 até esta terça-feira (9). Destes, 4.744 envolvem escorpiões, 614 envolvem serpentes, 214 com aranhas, 340 com abelhas e 446 com outros animais.

Em 2018, o número de ocorrências foi de 26 mil, entre elas 20.521 envolvendo escorpiões, 2.429 envolvendo serpentes, 1.200 com abelhas e 1.001 com aranhas.

Ataques

O ataque que resultou na morte de um homem em Caetité aconteceu na madrugada de sexta-feira (5), no bairro Ovídio Teixeira. Segundo a polícia, a vítima estava alcoolizada e brincava com o animal quando o incidente aconteceu. Um vídeo publicado na internet mostra o momento do ataque da cobra.

Ao G1, a polícia informou que o homem picado tinha o costume de mexer com cobras peçonhentas. No vídeo, moradores registraram o momento em que ele brinca com o animal, na companhia de outro rapaz. A vítima chegou a ser socorrida para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município, mas não resistiu.

Em março, um idoso de 76 anos morreu um dia depois de ter sido picado por um escorpião no bairro de Valéria, em Salvador. A vítima foi Manoel Messias dos Santos.

A filha do idoso contou que ele foi picado no dedo de uma das mãos quando mexia em uma caixa de ferramentas em um cômodo de madeira da casa. O homem passou mal e foi encaminhado para o Hospital do Subúrbio, mas não resistiu e morreu.

No mesmo mês, uma idosa de 74 anos morreu depois de ser atacada por abelhas na porta de casa, na Rua Ibirapuera, no bairro do Barbalho, em Salvador. Uma criança de nove anos também foi picada por um dos insetos, mas sobreviveu.

De acordo com moradores do bairro, a colmeia ficava em um terreno atrás das casas que ficam na rua em que a vítima vivia.

Alerta

O coordenador de Apoio a Diagnóstico e Terapia do Centro Antiveneno (Ciave), Jucelino Nery, alerta que é preciso ter muito cuidado com animais peçonhentos e evitar manuseá-los.

“No caso do ataque em Caetité, o grande fator complicador é que a vítima foi picada várias vezes. No vídeo, é possível ver que ele é picado em ao menos dois momentos. Ele também teria colocado a serpente no bolso e foi picado outra vez. Então, a quantidade de veneno foi grande. O veneno da cobra-coral é o mais tóxico dentre as serpentes. Ela não é uma serpente agressiva e tem dificuldades para picar, mas não se pode manusear uma cobra dessas e nem qualquer outro animal peçonhento”, diz.

O especialista alerta que é preciso manter o ambiente limpo para evitar a aproximação dos animais e que, em caso de ataques, é preciso tomar alguns cuidados iniciais e levar a vítima o mais rápido possível para uma unidade de saúde.

“É preciso manter o ambiente na casa e próximo à residência, no entorno, limpos. Em ambientes sujos, por exemplo, podem aparecer ratos e as serpentes são atraídas pelos ratos. Escorpiões e aranhas também aparecem em locais com lixo e mato acumulados. Então, é preciso ter cuidado”.

Quem vier a ser atacado não pode fazer coisas que comumente as pessoas fazem, como usar álcool, querosene ou amarrar o local da picada. Essas coisas acabam agravando o quadro. O que se deve fazer é simplesmente lavar a região com água e sabão, deixar a vítima tranquila até ser levada o mais rápido possível para uma unidade de saúde mais próxima”, destacou Nery.

G1 BA – Foto: Rafaela Felicciano/ Metrópoles

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