Uma estudante baiana faturou um prêmio nos Estados Unidos após desenvolver uma ideia visando solucionar um problema muito comum no Nordeste do Brasil: a falta de acesso à água potável.
Anna Luisa Santos, de 21 anos, criou um sistema de filtragem sustentável para ser ligado a cisternas que utiliza radiação solar para tornar a água contaminada própria para consumo em regiões castigadas pela seca.
A jovem, que se formou em Biotecnologia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) em 2018, e outros três estudantes que abraçaram a ideia levaram uma bolada de R$ 25 mil com o segundo lugar na competição HackBrazil, evento brasileiro de tecnologia em Boston (EUA) que premia iniciativas empreendedoras.
Segundo o G1, a tecnologia foi batizada de “Aqualuz”. Trata-se de uma caixa de inox que é coberta por um vidro e uma tubulação simples ligada à cisterna, um reservatório comumente usado para armazenar água da chuva ou de caminhão-pipa. A filtragem da água ocorre sem a necessidade de uso de compostos químicos. Como consequência, ajuda na redução dos índices de doenças.
Por meio da tecnologia, a filtragem ocorre por etapas.
- Primeiro, a água é bombeada da cisterna até a caixa, por meio de um encanamento, passando por um filtro ecológico que é feito de sisal;
- O filtro ecológico retém partículas sólidas;
- Depois, já com a água armazenada na caixa de inox, ocorre a desinfecção, em que o líquido é exposto à radiação solar para eliminação dos micro-organismos patogênicos. A alta temperatura na caixa ajuda a eliminar impurezas.
- Por fim, um dispositivo que muda de cor, acoplado à caixa, alerta quando a água pode ser retirada da caixa, já pronta para o consumo, por por meio de uma torneira.
Cada ciclo de filtragem dura, em média, 4 horas. O dispositivo, que filtra até 28 litros de água por dia, dura cerca de 15 anos apenas com limpeza de água e sabão, troca do filtro natural (com o estoque de refil já fornecido), sem precisar de manutenção externa ou energia elétrica.
Testes preliminares feitos em laboratório certificado, que usaram parâmetros do Ministério da Saúde, revelaram que o “Aqualuz” reduziu em 99,9% a presença de bactérias de referência.