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Hacker explica como obteve o contato de Glenn e diz que acessou Telegram de Dilma e Lula

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O hacker suspeito de invadir os celulares de autoridades, Walter Delgatti, disse em depoimento nesta sexta-feira (26), que invadiu o número dos ex-presidentes Dilma Roussef e Lula. No depoimento, o acusado revela que toda a operação teve início com o promotor Marcelo Zanin.

No depoimento à Polícia Federal ele disse que conseguiu o número do telefone do promotor Marcel Zanin, que é responsável por oferecer denúncia contra ele, por tráfico de drogas e que essas drogas seriam medicamentos controlados que ele utilizava desde a infância. Em uma operação que investigava crimes virtuais ele foi pego, e que foi absolvido em todos os processos.

Ele então resolveu acessar a conta do Telegram de Zanin, onde obteve o conteúdo de “interesse público”, e que nessas conversas o promotor comete supostas irregularidades no exercício de sua função. Que não publicou o material obtido pois morava em uma cidade pequena e era conhecido por ter conhecimentos de informática, e poderia ser reconhecido.

Que através da conta do Valoriza MPF, que o criador dessa conta era o procurador da república, José Robalinho, e que através da agenda de um dos procuradores do grupo, conseguiu o número do deputado federal Kim Kataguiri (DEM), e que através da agenda do deputado obteve o número do ministro Alexandre de Moraes e do mesmo modo conseguiu o número de Rodrigo Janot. E por sua agenda ele conseguiu os números de membros da força tarefa da Lava-Jato do Paraná, entre eles Deltan Dallangol, Orlando Martelo, e Januário Parrudo. E que todos os acessos aconteceram entre março e maio de 2019.

Assim, conseguiu o número de Manuela Dávila, e pediu para ela o número do jornalista Glenn Grenwald, pois possuía um material. Ela não acreditou no contato, e então encaminhou um áudio entre dois promotores como forma de provar. Ela entrou em contato com Glenn e então recebeu mensagem do jornalista Glenn Grennwald, dizendo que tinha interesse no material. Como o acervo era volumoso, criou uma conta no Dropbox pra compartilhar os documentos. Que não conhece Glenn nem ninguém da sua equipe e que nunca recebeu valor ou vantagem em troca do material, segundo a Globo News.

Que o material foi exclusivamente obtido pelas contas do Telegram. Conhece Gustavo, Suelem e Danilo desde a infância em Araraquara, mas que não repassou a técnica usada para acessar o Telegram. Usou o nome de Danilo para alugar seu IP, e também acessou o conteúdo do Telegram de Lula, tendo acesso apenas a sua agenda. Não acessou Telegram de Joice Hasselman, Paulo Guedes, ou de qualquer outra autoridade do governo federal.

Que não possui formação técnica em informática, sendo um autodidata, não possui atividade remunerada obtendo seus rendimentos de aplicações financeiras. Afirmou também não saber como obteve recursos para fazer as aplicações financeiras, que fez transações em dólares para um amigo, e não disse que amigo é esse.

por Rebeca Menezes / Mauricio Leiro

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