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Conheça o peixe batizado em homenagem a Guanambi

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Guanambi em tupi-guarani significa “beija-flor,” mas também é o nome de um pequeno peixe. Presente em aquários de várias partes do mundo, o Hypsolebias fulminantis “Guanambi” se destaca pelas cores chamativas.

O batismo em homenagem à cidade aconteceu em 2011, quando pesquisadores encontraram a especie em um poço no leito de um córrego afluente do rio das Rãs, localizado distante 13 km a oeste de Guanambi. As pequisas por essas especies de peixes na região tiveram início em 1992, pelo aquarista Gilberto Campello.

O Hypsolebias fulminantis “Guanambi” é uma espécie de rivulídeo, tipo de peixes de pequeno porte, que raramente ultrapassa os dez centímetros de comprimento. Esses peixes vivem em ambientes aquáticos muito rasos, parcial ou completamente isolados de rios e lagos, como as áreas marginais de riachos ou brejos. Eles raramente são encontrados em locais distintos, sendo concentrada sua população em áreas muito próximas.

São muitas as pesquisas publicadas em importantes revistas científicas nacionais e internacionais  sobre esta espécie e outras endêmicas da bacia do rio das Rãs. As publicações destacam a ameaça de extinção e a importância da preservação da biodiversidade aquática.

Considerado um peixe de temperamento calmo, o “Guanambi” é facilmente encontrado na em sites especializados em aquários de vários países do mundo. Cinco casais deste peixe custa em torno de 34 dólares, cerca de R$ 120.

No entanto, na natureza o peixe está cada vez mais raro. Segundo o Instituto Killifish Brasil, a espécie corre risco de não ser mais encontrada no ambiente devido ao crescimento desordenado da cidade nos últimos anos, impulsionado pela instalação de projetos de energia eólica.

Em nota publicada em setembro do ano passado, o Instituto destacou que os estudos ambientais não tem levado em conta o crescimento populacional que tem ocasionado e a especulação imobiliária. Segundo a nota, muitos biótopos existentes até 15 anos atrás, no entorno da cidade de Guanambi, já não mais existem.

Essas áreas foram aterradas e ocupadas por loteamentos e pela expansão de cacimbas. Sobre estas últimas, o instituto desta que a crescente seca documentada nos últimos 10 anos levou a extinção de corpos d’água permanentes.

Muitos dos locais onde foram encontrados várias espécies de rivulídeos pela primeira vez não existem mais. O Instituto alerta que caso não haja uma ação efetiva dos órgãos ambientais, é possível que estas espécies logo estejam extintas na natureza. “Cremos que apenas uma união de saberes (grupos governamentais, ONGs e população) poderá evitar de forma irreversível este futuro sombrio”, diz a nota.

Em novembro de 2018, uma portaria do Ministério do Meio Ambiente incluiu 146 localidades nos Sítios da Aliança Brasileira para Extinção Zero – Sítios – BAZE. Entre estas localidades está o Sítio Rio das Rãs, nas regiões dos municípios de Candiba e Guanambi. Os Sítios-Base são áreas que abrigam espécies classificadas como em perigo ou criticamente em perigo de extinção.

No caso da bacia do Rio das Rãs, duas espécies de  estão em risco iminente de extinção, o Hypsolebias ghisolfii, Cynolebias leptocephalus.

Em Guanambi já existem ações para preservação das espécies endêmicas de peixes rivulídeos. Segundo Gabriel Cotrim, professor da área de análise ambiental, o Centro Universitário UniFG, por meio do Observatório do Semiárido, mantém uma parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) para mapear a incidências desses peixes na região.

Captura de rivulídeos nos afluentes do rio das Rãs – Foto: Observatório do Semiárido

“Essa parceria tem como objetivo ampliar o conhecimento sobre a distribuição dos rivulídeos na bacia do rio da Rãs. O projeto visa caracterizar a fauna de peixes anuais e monitorar ambientes aquáticos muitos rasos. Através desta parceria está sendo feito o mapeamento dessas poças que são favoráveis à ocorrência dos Rivulídeos, bem como a sua identificação”, explicou.

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