(Reuters) – A população brasileira está dividida quanto ao desempenho do governo federal no combate à corrupção, mostrou a 10ª Edição do Barômetro Global – América Latina e Caribe, maior pesquisa de opinião e experiência com a corrupção do mundo, divulgada pela Transparência Internacional nesta segunda-feira.
De acordo com o levantamento, 48% dos entrevistados declararam que o governo brasileiro faz um bom trabalho na área, enquanto 46% acharam que esse trabalho é ruim.
Apesar da divisão, os números são melhores do que da última pesquisa, de 2017, quando 35% dos participantes viam como bom o trabalho do governo no combate à corrupção e 56% avaliavam como ruim.
O levantamento, que foi realizado entre os meses de janeiro a março deste ano, abordou mais de 17 mil pessoas, realizando entrevistas pessoais e por meio do telefone em 18 diferentes países da região da América Latina e do Caribe.
A pesquisa mostrou que 54% do entrevistados acreditam que a corrupção no setor público aumentou nos últimos 12 meses anteriores. Mas a percepção é menor do que em 2017, quando esse percentual era 78%.
A Venezuela, país que sofre atualmente uma forte crise socioeconômica e política foi a líder do ranking na região, com 87% dos entrevistados afirmando que a percepção de corrupção sobre o setor público aumentou.
INDIVÍDUO FAZ DIFERENÇA
A pesquisa revelou também que 82% dos entrevistados no Brasil afirmaram acreditar no papel do cidadão comum em lutar contra a corrupção no ambiente brasileiro, taxa praticamente estável em relação aos 83% de 2017.
O estudo atenta para um eventual risco ao “atalho autoritário”, quando analisado o entendimento que a população tem em relação às instituições nacionais.
Para 63% dos entrevistados, todos ou a maioria dos membros do Congresso Nacional é corrupta, percepção que chega a 57% sobre a Presidência da República e sua equipe. Essa avaliação alcança 54% sobre o funcionalismo federal e 62% em relação aos funcionários de governos locais.
Em 2017, os números para a percepção de corrupção sobre o Congresso Nacional eram de 57%, em relação à Presidência da República e equipe somavam 52% e para o funcionalismo do governo federal chegavam a 24%.
(Reportagem de Gabriel Ponte, em Brasília)