O Parque Ecológico Deputado Paulo Jackson, começou a ser construído em março de 2010 no bairro Prisco Viana em Caetité. No entanto, após 10 anos do seu início, a construção não tem prazo para finalizar e coloca em risco a vida das pessoas que moram no entorno do futuro parque.
Atualmente, a área reservada sofre com diversos descasos, como – queimadas, acumulo de lixo e mosquitos transmissores de doenças. Segundo uma moradora do entorno, o local causa desconforto para todos. “Além de suportar a fumaça por várias horas, sofremos com as cinzas da vegetação que invadem as nossas residências”, reclama.
Até o momento, o município não dispõe de brigada de incêndio para conter os incêndios provocados no local, o que também preocupa a moradora: “O fogo apaga naturalmente e ficamos torcendo para que não fuja do controle e entre em nossas casas”, pontua.
No local, além da lagoa, é possível ver garrafas pets, vasilhas e outros materiais que acumulam água e consequentemente torna o local propício para proliferação de mosquitos, como explica a médica veterinária Keila Rocha.
“O ambiente é ideal para a procriação do Aedes aegypti, que é transmissor de doenças como a dengue, Chikungunya, Zika e da Febre Amarela urbana. Além de ser um ambiente também para mosquito-palha ou birigui (Lutzomyia longipalpis), que é o responsável pela Leishmaniose visceral (Calazar)”, relata a veterinária.
O mato alto e a falta de iluminação também causam preocupação quanto à segurança de quem passa pelo local. Em 2016, uma criança de 10 anos foi estuprada na área reservada para o parque.
Durante obras realizadas nas ruas próximas ao Parque, foram feitas ligações de redes de esgoto sem tratamento que são despejadas dentro do lago.
O local escolhido pela prefeitura é uma grande área de vegetal de táboa, com cerca de 70.000 m² de área urbanizada, segundo a empresa responsável pelo projeto arquitetônico.
Confira imagens do projeto:
De acordo o projeto, o Parque contaria com os seguintes serviços à comunidade: 3 quadras; pista de Cooper; ciclovia; anfiteatro; restaurante; duas áreas de estacionamento; horto; espaço de saúde; deck; parque das pedras; parque infantil; além de um vasto lago com passarela e área arborizada.
Confira abaixo:
Conforme dados do Portal da Transparência, por meio de três convênios realizados entre a Prefeitura de Caetité e o Ministério do Turismo, foram feitos repasses de R$292.500,00 para a construção da primeira etapa do projeto, R$209.625,00 para a segunda etapa da obra e um terceiro no valor de R$292.500,00 para a terceira etapa da construção. Juntos, os valores acumulam o montante de R$794.625, tendo confirmação de 100% do repasse feito pelo próprio portal.
Em março de 2020 se completaram 10 anos que as obras foram inicias, no entanto, ainda não foram concluídas e segue sem prazo para conclusão.
A Agência Sertão tentou contato com o atual secretario de infraestrutura de Caetité, Vereador Neco, mas não obteve respostas.
A Assessoria de Comunicação de Caetité informou que a pessoa apta para informações seria o antigo secretario de infraestrutura do município, Olimar Oliveira.
À reportagem, Olimar informou que a obra se constituiu de três etapas com recursos da união: a primeira etapa referente a urbanização do terreno, fazendo a retirada de roceiros que ocupavam a área; a segunda etapa referente ao fechamento por cercas do ambiente e a terceira com a construção de uma quadra e pista ao entorno de todo o parque.
Ainda segundo Oliveira, todo o valor foi repassado apenas após um engenheiro responsável da Caixa Econômica Federal vistoriar a obra para executa-la.
Olimar se comprometeu em enviar dados sobre as obras e valores investidos no Parque até a manhã desta sexta-feira (13). No entanto, até o fechamento dessa matéria, a Agência não obteve retorno.