Mesmo após chuvas recentes, barragem do Poço do Magro armazena menos de 50% da capacidade

Barragem do Poço do Magro - Agosto de 2016- Foto: VBS Drones

Desde 2016, quando atingiu sua capacidade máxima de armazenamento de água pela primeira vez, o volume da barragem do Poço do Magro vem caindo ano após ano.

Com as chuvas desta temporada, principalmente as das últimas duas semanas, o reservatório interrompeu a trajetória de queda. Mesmo assim, o lago armazena neste momento apenas 47% de sua capacidade.

Neste período, o volume armazenado quase triplicou, passando de 6,84 milhões de metros cúbicos no dia 27 de dezembro, para atuais 17,5 milhões de metros cúbicos na última medição realizada pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Paranaíba (Codevasf). Já o nível subiu 3 metros no período, faltando 3,5 metros para atingir vertedouro.

Barragem do Poço do Magro – Outubro de 2019 – (foto: Thiago Nery)

O volume é maior do que o registrado no mesmo período do ano passado. A exato um ano, Poço do Magro armazenava 14,95 milhões de metros cúbicos. No entanto, o volume atual é menor do que o registrado em 2018, quando o lago possuía 3,6 milhões de metros cúbicos.

A Barragem do Poço do Magro

A obra da barragem começou em 2002 e foi concluída em 2005, o lago tem capacidade para 37.000.000 de metros cúbicos de água, custando à época R$ 13 milhões, investimento do governo federal, através da Codevasf. Ela foi construída para suprir a demanda de água para abastecimento humano.

O aumento do volume de água na barragem de Poço do Magro se deve às cheias do rio Riachão e seu afluentes. O curso d’água tem suas principais nascentes na Serra Geral, no município de Pindaí. Antes de chegar à barragem, o Riachão recebe águas do rio Caraúnas, cujas cabeceiras estão na Serra dos Montes Altos, no município de Candiba. Algumas destas localidades choveu até 200 mm nos últimos dias.

O rio Riachão é um dos afluentes do rio Carnaíba de Dentro, formador do rio das Rã, que por sua vez deságua no rio São Francisco, já na divisa dos municípios de Malhada e Bom Jesus da Lapa.

Atualmente, a água do lago da barragem é usada para abastecimento de comunidades rurais à montante e do entorno, além do abastecimento de caminhões pipa para serviços de construção civil. O lago também é utilizado para o lazer, tendo em seu entorno diversas construções particulares para essa finalidade.

Ceraíma

A barragem de Ceraíma armazena atualmente 45,12 milhões de metros cúbicos de água. Este volume representa 88% da capacidade de armazenamento e 98% do volume útil. Em termos de nível, falta 1,35 metros para atingir a capacidade máxima, equivalente a 51,09 milhões de metros cúbico.

Estreito e Cova de Mandioca

As barragens do Estreito e Cova da Mandioca, em Urandi, também receberam bastante água nos últimos dias, mas continuam armazenando bem abaixo de suas capacidades. A primeira está com 43% do seu volume útil, enquanto que a segunda está com apenas 8%. As duas barragens são interligadas por um canal que transfere a aguá da primeira para a segunda.

Juntas, as duas barragens foram projetadas para armazenar 196,7 milhões de metros cúbicos, tendo atualmente 36,77 milhões de metros cúbicos, o que equivale a 18,7% da capacidade.

Previsão de Chuva

A meteorologia está prevendo o retorno das chuvas para a região de Guanambi a partir do próximo dia 21, primeiro dia de outono no Hemisfério Sul. Após primavera seca e verão chuvoso, a nova estação deve começar com as últimas chuvas da temporada.

O tempo chuvoso deve permanecer na região até o fim do mês. O acumulado previsto para Guanambi no período varia entre 30 e 70 mm.

Rio São Francisco

O rio São Francisco atingiu seu nível máximo de cheia neste sábado (14) no município de Malhada, na Bahia. A régua localizada no cais da cidade registrou 7,06 metros. Neste domingo (15), o nível do rio caiu 2 centímetros. Em Bom Jesus da Lapa, o nível máximo foi registrado neste neste domingo, 8,26 metros.

Na Usina de Três Marias, em Minas Gerais, as comportas foram fechadas neste sábado após ficarem abertas desde o dia 28 de fevereiro.

A cheia registrada neste mês no Velho Chico é a maior deste de 2012.

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