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Coronavírus e alta do dólar já causam inflação nos alimentos

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Não é só o álcool gel e as máscaras destacáveis que tiveram aumentos de preços nas últimas semanas. Dois fortes fatores estão contribuindo para uma provável alta na inflação dos alimentos em várias partes do Brasil. A crise causada pelo novo Coronavírus e a alta do dólar já afetam o preço de vários produtos nas distribuidoras e sinalizam para um possível risco de desabastecimento de alguns itens em breve.

Um desses produtos é o leite loga vida (leite UHT), com registro de forte alta nos últimos dias. Por se tratar de um produto de maior durabilidade, muitos consumidores optaram por comprar em maior quantidade por medo de eventual falta do produto no futuro. Por esta razão, o item vai ficar bem mais caro nas prateleiras dos supermercados.

Com os estoques vazios, os supermercados e demais varejistas aumentaram os pedidos às distribuidoras e laticínios. Além disso, o setor vive um período de redução na oferta do leite cru, causada pelo aumento do preço da carne, fator que fez com que muitos pecuaristas mudassem o foco da produção nos últimos meses.

Em Guanambi, um distribuidor contou à Agência Sertão que comprou leite longa vida por R$ 2,63 na primeira semana do mês para revender na região. Nesta semana, o mesmo produto já estava custando R$ 3,43, alta de mais de 30%. Os derivados também tiveram altas nos preços.

“As industrias estão com a demanda apertada, não estão conseguindo ter mercadoria para atender aos pedidos. A população está ansiosa para comprar, para estocar e isso esta gerando desabastecimento geral para a gente. Está complicado, estou mandando meus caminhões para buscar produtos em outro Estado, com os motoristas correndo o risco de infecção pelo corona e ainda de trazer pra cá”, relata o distribuidor.

O diretor de um grande laticínio do interior de São Paulo informou que os estoque do UHT estão há 15 dias negativos e que nos próximos dias deve faltar outros produtos derivados do leite no mercado, como leite condensado e creme de leite. Ele explica que a situação jamais foi vista na história de muitas décadas da empresa.

O trigo e seus derivados também tiveram forte alta nos últimos dias. Como a produção nacional não é suficiente para abastecer o mercado interno, boa parte do produto consumido no país é importado e pago em dólar. Com a moeda estrangeira nas alturas, fechando a R$ 5,13 nesta segunda-feira, o preço do produto já aumentou bastante.

O óleo de soja também teve aumento significativo nos últimos dias. Com o dólar alto, o preço da commoditie em real fica bem mais caro no mercado interno. O aumento no preço da caixa com 20 unidades no atacado já passa de 10% em uma semana.

Enquanto não se sabe ainda por quanto tempo durará o distanciamento social incentivado em todo o país para a contenção do Covid-19, o recomendado é para que a população não estoque alimentos. A paralisação de atividades deve ocorrer em menor ritmo nas áreas ruais agricultáveis e nos complexos agroindustriais.

Além disso, os supermercados não foram afetados pelas medidas de fechamento de comércios, por serem considerados essenciais para a população. Por essa razão, os cidadãos devem comprar apenas aquilo que for necessário para alguns dias, evitando o desabastecimento e consequentemente o aumento do preço dos produtos.

 

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