A Renova Energia vai concluir as obras do parque eólico Alto Sertão III, localizado nos municípios baianos de Caetité, Guanambi, Igaporã, Licínio de Almeida Macaúbas e Pindaí. A retomada das obras foi viabilizada após o financiamento de até R$ 350 milhões da empresa Quadra Gestão de Recursos.
A operação foi concluída nesta terça-feira (8), após o Conselho de Administração da empresa, que tem como principal acionista a estatal mineira Cemig, aprovar os termos do acordo.
As obras do Alto Sertão III foram paralisadas há quase quatro anos por falta de recursos com 90% de conclusão. A empresa já havia recebido propostas de venda e financiamento do complexo eólico, no entanto, os negócios não prosperaram.
Segundo o Click Petróleo e Gás, a Renova Energia havia recebido ofertas da Quadra Gestão de Recursos Ltda. e do sindicato constituído pela ARC Capital Ltda., da G5 Administradora de Recursos Ltda., e da XP Vista Asset Management Ltda.
O financiamento fechado com a Quadra será efetuado na modalidade DIP (debtor in possession) e irá permitir a volta da execução das obras da Fase A no parque eólico de Alto Sertão III, na Bahia, assim como despesas operacionais correntes do grupo econômico controlado pela companhia.
O projeto complexo eólico na Bahia permitirá a geração de caixa para quitar dívidas da Renova Energia junto aos credores e avançar no seu plano de recuperação judicial. O crédito do financiamento será usado para reinício das obras da fase A do Complexo Eólico Alto Sertão III, na Bahia.
Obras do Complexo Eólico Alto Sertão III, na Bahia
O complexo eólico Alto Sertão III, localizado na Bahia nos municípios de Caetité, Guanambi, Igaporã, Licínio de Almeida Macaúbas e Pindaí, está com as obras paralisadas por motivo de “Dificuldade econômica na viabilização do projeto” segundo o acompanhamento de obras da ANEEL.
Ainda que em avançadas, as obras do parque eólico Alto Sertão III estão paradas há três anos e, com isso, complexo da Renova não gera gerar nada de receita ou caixa para o negócio. Os parques eólicos Alto Sertão I e II, bem menores, tiveram as obras iniciadas e vendidas antes da sua conclusão.
A Renova já investiu cerca de R$ 400 milhões no projeto, quando concluído terá 400 MW de capacidade instalada. No final de julho, a companha conseguiu postergar o pagamento do empréstimo ponte de R$ 937,2 milhões com o BNDES. O endividamento total da Renova soma R$ 1,87 bilhão.
Antes da crise, no final do primeiro trimestre de 2016, a Renova possuía 2.655 MW de capacidade contratada. Nesse período, a empresa reduziu sua capacidade em 2 GW e hoje conta com 619,8 MW de potência contratada. A partir de janeiro de 2020, a empresa prevê que não possuirá nenhuma exposição em sua comercializadora de energia.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) emprestou quase 1 bilhão de reais para o empreendimento.
Sobre a Renova Energia
Fundada em 2001, a Renova Energia é uma companhia brasileira de geração de energia elétrica renovável com atuação em matrizes eólica, pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) e solar. Desde 2009 sua atuação está fortemente concentrada em projetos de fonte eólica, mercado no qual é pioneira, tendo implantado há época o maior complexo eólico da América Latina, no sudoeste da Bahia.