O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) denunciou o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e seu ex-assessor Fabrício Queiroz por peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
A denúncia acontece após quase dois anos do início das investigações do Caso Queiroz, suposto esquema de “rachadinhas”, onde funcionários do gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio teriam repassado parte ou a totalidade de seus rendimentos para o esquema criminoso que beneficiava o filho de Bolsonaro.
Fabrício Queiroz, apontado como operador do esquema, e outros 15 ex-assessores. O MP fala ainda em apropriação indébita. Segundo reportagem do Estadão, ainda está sendo apurado se outros ex-assessores também foram denunciados.
O MP-RJ ajuizou a denúncia no dia 19 de outubro, no então a peça só chegou ao relator nesta terça-feira (3), uma vez que ele estava de férias. Caso a Justiça aceite a denúncia, o filho de Bolsonaro e seus ex-assessores virarão réus.
Queiroz chegou a ser preso ao ser encontrada escondido na casa de Frederick Wassef em Atibaia, em São Paulo. Wassef era advogado de Flávio e deixou o caso após a prisão de Queiroz, que chegou a ficar menos de um preso em Bangu, antes de conseguir prisão domiciliar.
Na denúncia apresentada à Justiça, o MP amarra uma série de informações que já haviam sido oferecidas ao longo da investigação. Tudo gira em torno de Flávio ter supostamente se apropriado do dinheiro público da remuneração de seus assessores e, depois, praticado a lavagem desses recursos por meio da organização criminosa.
Desde o início do ano surgiam rumores de que a denúncia estava prestes a ser apresentada, dado o nível de embasamento das provas que o MP elencou ao longo da investigação. No entanto, uma série de imbróglios judiciais, envolvendo principalmente o foro do senador, prorrogaram o andamento do caso.
Antes da denúncia, o processo estava nas mãos do subprocurador-geral de Justiça e Direitos Humanos, Ricardo Ribeiro Martins. Quem tocou quase toda a investigação, contudo, foi o Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (Gaecc).
O MP apura, desde 2018, o suposto esquema de “rachadinha” no gabinete de Flávio. Assessores repassariam seus salários ao chefe por meio de Queiroz, o operador. Ao longo das apurações, a Promotoria revelou ainda uma série de indícios de que o senador e ex-deputado teria “lavado” dinheiro por meio de imóveis e de uma franquia da rede Kopenhagen.
Entenda abaixo o porquê dos três crimes citados na denúncia: