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Polêmicas contemporâneas em casa: o futuro do trabalho

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Em agosto, 13,8 milhões de brasileiros foram atingidos pelo desemprego e cerca de 716.000 empresas fecharam as portas até julho, é o que revelam os dados divulgados em outubro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essas alterações bruscas no setor trabalhista estão relacionadas, dentre alguns fatores, à crise causada pelo novo coronavírus. Diante desse cenário, a discussão sobre como e qual será o futuro do trabalho no país vem se intensificando.

O uso das tecnologias digitais vem avançando em diversas áreas e não é diferente no setor trabalhista. Frente às constantes mudanças no setor, surge o questionamento: como ficará o trabalho no futuro? Para Emília Roters Ribeiro, do Núcleo Jurídico da Associação Comercial da Bahia “a resposta não é simples , mas são vários os indícios de que a tecnologia com certeza irá transformar o modelo que a gente conhece hoje”.

Essa mudança, segundo Emília, tornará os profissionais mais produtivos e criativos. Várias transformações podem ocorrer, como a quebra de um único modelo para vários modelos de trabalho ou a troca da mão de obra em alguns setores para o uso da tecnologia. De acordo com a advogada, “a mão de obra mais braçal será substituída por tecnologia e as pessoas deverão ser capacitadas. Eu penso também que o trabalho possa ficar muito mais interessante e modular daqui por diante, com a tecnologia e os aplicativos resolvendo as tarefas repetitivas para que os profissionais sejam mais criativos”.

Para Graça Druck, professora da Pós-Graduação em Ciências Sociais FFCH/UFBA, é preciso entender a realidade que já atinge o país para conjecturar sobre o futuro do trabalho no Brasil. “Eu preciso entender qual é o presente, e o presente que a pandemia revelou e amplificou é uma situação de extrema precarização social do trabalho, todos os indicadores mostram isso”.

Até junho deste ano, segundo dados do IBGE, o Brasil atingiu 36,9% de taxa de informalidade no mercado de trabalho. Segundo a pesquisadora, esses indicadores mostram que a informalidade vem crescendo no país, sem proteção trabalhista provocada pela reforma do trabalho, que ocorreu em 2017, e ainda a vulnerabilidade que a pandemia ampliou. Graça Druck alerta para a importância de políticas para ajudar a resolver ou amenizar, ao longo dos anos, a precarização presente no setor trabalhista. “No caso da pandemia, a própria informalidade não tem lugar. Nós temos informais desocupados. Esse é o quadro que temos hoje, portanto, daqui pra frente é muito preocupante se não houver políticas que sejam definidas para resolver ou para minorar esse quadro de precarização.”

Polêmicas Contemporâneas em casa, uma disciplina-evento oferecida pelo Departamento de Educação II da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia, discutirá na próxima segunda-feira (30) “O futuro do trabalho”, e contará com a participação do Presidente da Fecomércio e do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Estado da Bahia (SINCOFARBA), Carlos de Souza Andrade, da presidenta do Sindicato das Trabalhadoras Domésticas da Bahia, Creuza Maria Oliveira, da professora da Pós-Graduação em Ciências Sociais FFCH/UFBA, Graça Druck, da Juíza do Trabalho do Tribunal Regional do Trabalho 5ª Região, Silvia Isabelle e de Emília Roters Ribeiro do Núcleo Jurídico da Associação Comercial da Bahia.

A transmissão é aberta e livre e pode ser acompanhada no Canal Polêmicas Contemporâneas em http://www.polemicas.faced.ufba.br/

Yasmin Santos, projeto Sê Livre/UFBA, estudante de Comunicação da FACOM/UFBA.

*Este texto faz parte do projeto “Polêmicas contemporâneas em casa”, da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia (Ufba). A Agência Sertão atua como veículo parceiro na divulgação dos conteúdos.

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