A letalidade da Covid-19 vem sendo maior em homens no município de Guanambi. Em dados elencados pela Agência Sertão, extraídos das notas de pesar da Secretaria Municipal de Saúde, das 45 vítimas em decorrência da doença até o momento, 28 (62,22%) era do sexo masculino.
Apesar de três mulheres terem vindo a óbito por complicações da Covid-19, dentre os quatro últimos óbitos registrados, o percentual de vítimas do sexo feminino é menor.
Do total de óbitos (45), foram 17 pacientes (37,77%) do sexo feminino. A média de idade das mulheres é de 74 anos, incluindo uma criança de 5 anos (a mais jovem), portadora de Neuropatia (Anóxia Perinatal e Paralisia Cerebral). A média de idade dos homens é de 68 anos. Dos 28 homens, 10 tinham menos de 60 anos, dentre eles um jovem de 26, com síndrome de Down e um adolescente de 15 anos com Doença Renal Crônica.
Embora os homens representem a maior parte das mortes, são as mulheres as mais infectadas até o momento. Do total de 5.135 casos da Covid-19 em Guanambi, 2.703 (52,6%) foram em mulheres e 2.432 (47,4%) em homens. A taxa de letalidade entre as mulheres é de 0,62%, enquanto a dos homens é quase o dobro, 1,1%. Isso significa que a cada 90 homens infectados pela doença, um vem a óbito.
Letalidade da Covid-19 em pessoas com mais de 60 anos
A letalidade da doença no município é ainda maior em pessoas com mais de 60 anos de idade. Do total de vítimas (45), pelo menos 33 (73,3%) tinha 60 anos ou mais e 12 (26,6%) tinham menos de 60 anos.
Vale ressaltar que a maioria dos infectados pelo coronavírus em Guanambi são pessoas de 40 a 59 anos. Dos 5.135 casos positivos, 1.513 (29,46%) tem a respectiva idade, 1.321 (25,27%) tem de 30 a 39 anos, 1.146 (22,31%) 20 a 29, 538 com 60 anos ou mais, 405 de 10 a 19 anos e 212 de 0 a 9 anos.
Hipertensão Arterial e Diabetes são as comorbidades mais comuns entre as vítimas
Diabetes Mellitus e Hipertensão Arterial Sistêmica são as comorbidades mais comuns entre as vítimas da Covid-19 em Guanambi. Dos 45 óbitos registrados na cidade, até o momento, 14 vítimas possuíam Diabetes Mellitus e 28 Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS). Dessas, pelo menos 10 apresentaram as duas comorbidades associadas.
De acordo com a médica endocrinologista, Thaís Oliveira, o diabetes é uma doença crônica caracterizada por aumento dos níveis de glicemia (açúcar no sangue) em decorrência de defeitos na ação e/ou produção da insulina.
Segundo Oliveira, estudos recentes indicam que as elevações da glicemia estão associadas a uma intensa resposta inflamatória, alterações da imunidade e hipercoagulabilidade (aumento da chance de formação de trombos nos vasos), resultando em formas mais graves da COVID-19.
Ressaltou ainda que pacientes diabéticos e obesos possuem mais inflamação, o que aumenta também a gravidade do quadro.
Para Oliveira, os diabéticos que já estão contaminados pela COVID-19 precisam desenvolver um controle rígido da glicemia, pois isso poderá limitar a replicação do vírus (menos multiplicação, menor carga viral), encurtando o tempo de duração da doença, e, consequentemente, reduzindo a ocorrência de complicações mais graves.