Está marcado para a tarde desta quinta-feira (8), o leilão de concessão do primeiro trecho de 537 quilômetros da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), que vai de Ilhéus, no Sul Baiano, até Caetité, no Centro-Sul. O processo é de responsabilidade da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
A concessão para a iniciativa privada será pelo prazo de 35 anos. A ANTT prevê a garantia de R$ 3,3 bilhões em investimentos com a concessão. Desde valor, R$ 1,6 bilhão será para a conclusão das obras.
A obra foi iniciada em 2010 pelo Governo Federal por meio da Valec, estatal criada com a finalidade de gerir a construção de ferrovias no país. A previsão de conclusão era para o ano de 2014, no entanto as verbas para as obras foram cortadas e apenas 75% dos serviços foram executados.
A finalização da ferrovia ficará por conta da empresa que vencer o leilão, por meio de um contrato assinado com a Valec e gerido pela ANTT.
O principal objetivo deste trecho da ferrovia será escoar a produção de minério, principalmente na região de Caetité, onde está sendo iniciada a exploração de minério de ferro do projeto Pedra de Ferro, da Bamin. A empresa está construindo o Porto Sul, complexo portuário nas imediações da cidade de Ilhéus, e é uma das principais interessadas na concessão da ferrovia.
O segundo trecho, de Caetité a Barreiras, no Oeste do Estado, ainda está com menos de 50% de conclusão, com obras em ritmo lento. A operação deste trecho deve facilitar o escoamento de grãos das regiões produtoras da Matopiba. Já o terceiro e último trecho, de Barreiras a Figueirópolis, no Tocantins, fazendo ligação com a Ferrovia Norte Sul, ainda não saiu do papel.
O Ministério da Infraestrutura afirma que a expectativa é a de que o trecho comece a operar em 2025, com previsão de transportar mais de 18 milhões de toneladas de carga, entre grãos e o minério de ferro produzido na região de Caetité. Esse deve dobrar em dez anos, e chegar a marca de 50 milhões de toneladas, em 2035, sendo a maior parte o transporte de minério de ferro.
A operação inicial deve iniciar com 16 locomotivas e mais de 1,4 mil vagões, sendo 1,1 mil deles destinados apenas para o escoamento de minério de ferro. Também dentro do prazo de 10 anos, segundo o Ministério, serão 34 locomotivas e 2,6 mil vagões, em 2035.
Além do leilão da Fiol, o governo federal está promovendo a concessão de outras estruturas de transporte do país. A iniciativa vai leiloar ainda 22 aeroportos e cinco terminais portuários, entre os dias 7 e 9 deste mês. A expectativa é arrecadar R$ 10 bilhões em investimentos privados com as concessões.