“(…) pense, meu filho. É tua mãe. Por tudo o que nós já perdemos em nossa vida. Me ajude, meu filho. Eu não quero perder você não, meu filho. Se entregue para o ‘Seu’ Rogério. Ele é uma pessoa boa, uma pessoa do coração muito bom. Ele está fazendo um enorme esforço para salvar você com vida. Pelo amor de Deus, meu filho, se entregue com sua irmã”, pede a mulher na gravação.
“Não deixa eu sofrer mais não, meu filho. Porque se você morrer, eu vou morrer também. Me ajude, meu filho. Pelo amor de Deus, me ajuda. Se entrega meu filho”.
De acordo com Rogério Ribeiro, o ICB quer levar o jovem até uma delegacia, para que ele responda vivo pela suspeita do crime. Ele também falou sobre a morte dos outros ciganos.
“Se depender da gente, ele é preso pela Polícia Civil e responde pelo crime. Mas a Polícia Militar quer matar, assim como fez com os outros. A gente viu os vídeos das outras mortes e há sinais de tortura nos corpos. Eles [policiais] falam de confronto, mas não há confronto. Em um dos casos, a arma que eles apresentaram desse suposto confronto está intacta”, disse o presidente do ICB.
“Eles não fazem a perícia para comprovar que há sinais de tortura nos corpos dos irmãos mortos. Nós queremos a apuração dos corpos”.
O G1entrou em contato com as polícias Civil e Militar, para obter posicionamentos sobre as alegações de tortura e da não perícia nos corpos, e não teve retorno.
PGJ e presidente do Instituto Cigano do Brasil participaram de reunião virtual para debater o caso
A procuradora-geral de Justiça, Norma Cavalcanti, participou de reunião por videoconderência com o presidente do Instituto Cigano do Brasil-ICB, Rogério Ribeiro, juntamente com o vice-presidente, José de Paulo, na manhã desta segunda-feira (02 de agosto), pela plataforma Teams.
O Ministério Público estadual vem acompanhando de perto as investigações dos fatos que resultaram na morte de oito ciganos nos municípios de Vitória da Conquista, Anagé e Itiruçu, por intermédio das promotorias de justiças locais e do Grupo de Atuação Especial Operacional de Segurança Pública- Geosp.
A reunião contou também com a participação do coordenador do Centro de Apoio Operacional de Segurança Pública e Defesa Social (CEOSP), Luís Alberto Vasconcelos; da coordenadora do Centro de Apoio Operacional da Criança e do Adolescente (CAOCA), Márcia Rabelo; do coordenador do Centro de Apoio Operacional Criminal (CAOCRIM), André Lavigne; do coordenador do Centro de Apoio Operacional dos Direitos Humanos (CAODH), Edvaldo Vivas; e dos promotores de Justiça de Vitória da Conquista, Beneval Mutim, José Junseira e Guiomar Miranda.