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Estudante de Jequié suspeito de comandar esquema de pirâmide denuncia ameaças

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O estudante de medicina da cidade de Jequié investigado por comandar esquema de pirâmide no município, nega que tenha cometido o golpe que teria causado prejuízos de mais de R$ 7 milhões às pessoas lesadas. Ao G1, ele revelou ter precisado mudar de endereço após ter recebido ameaças de morte.

Segundo informações do advogado de defesa João Rios, Henrique Sepúlveda, de 27 anos, não buscou captar investidores utilizando-se de meios ardilosos, tampouco praticou qualquer ato com a intenção de lesar alguém.

A defesa de Henrique Sepúlveda informou que após se destacar e figurar no “Top 4” da plataforma de operações binárias, IQoption, foi convidado por algumas pessoas para atuar como gestor financeiro. Ele teria desenvolvido a atividade por 2 anos e 7 meses, reinvestindo dinheiro de amigos e parceiros, e obtendo lucros consideráveis.

No entanto, de acordo com o advogado João Rios, nos últimos meses, por “intempéries do mercado financeiro e oscilações naturais desses tipos de operações”, as negociações que eram consideradas extremamente lucrativas passaram a apresentar perdas consideráveis.

Ainda segundo a defesa do estudante, após os prejuízos, o suspeito passou a ser visto como vilão e é agora acusado por seus antigos parceiros comerciais de cometer diversos crimes.

A defesa afirmou ainda que Henrique Sepúlveda prestou depoimento e se colocou à disposição para novos esclarecimentos, abrindo mão, ainda, de sigilos, fiscal, telefônico e bancário. Além disso, vai disponibilizar celulares, computadores e todo o material que a Polícia Civil entender pertinente para elucidação dos fatos.

Ameaças

O advogado João Rios revelou que, após as denúncias, Henrique Sepúlveda recebeu várias ameaças e foi obrigado a mudar de endereço.

Na noite do dia 25 de agosto, de acordo com a defesa do suspeito, Henrique Sepúlveda e a namorada dele, Catiele Souza Mota, que também operava o capital dos investidores, receberam intimidações e ameaças na Rua Escritora Maria Vitória Lopes, em Jequié.

Segundo João Rios, o carro de Henrique foi interceptado e ele foi levado com a namorada para um local deserto, onde ficou em poder de quatro homens por cerca de uma hora. A defesa ainda destacou que Catiele não operava o capital dos investidores e que não é investigada no caso.

Entenda o  caso

Segundo a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), pelo menos 150 já foram lesadas pelo homem, entre eles empresários, políticos e até policiais, que acreditavam que os ganhos seriam lícitos e baseados em investimentos reais.

De acordo com uma das vítimas, o suspeito se apresentou como dono de uma empresa de investimentos. Ele relatou que investiu e a promessa de retorno foi de lucro que poderia variar entre 4% e 7% ao mês, mas ele não recebeu o dinheiro. A família de outra vítima detalha que teve prejuízo de R$ 1 milhão.

De acordo com o órgão, os investidores relataram que, nos últimos meses, o suspeito passou a atrasar pagamentos e parou de fazer as transações financeiras para os clientes. O caso está sendo investigado pela Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR).

Segundo o delegado Nadson Pelegrini, que investiga o caso, a maioria das vítimas tinha conhecimento prévio do mercado financeiro, mas acreditou que o investigado, por possuir conhecimento superior, iria proporcionar maiores lucros e ganhos. Ele ainda afirmou que é possível que mais vítimas possam aparecer durante as investigações.

O suspeito pode responder por estelionato, crimes contra a economia popular, contra o mercado de capitais, contra a ordem econômica e contra o Sistema Financeiro Nacional.

A SSP informou que o suspeito, assim como os clientes lesados nas negociações já estão sendo ouvidos pela Polícia Civil.

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