O Sindicato dos Policiais Civis do Bahia (Sindpoc) informou que a categoria entrou em estado de greve após deliberação da Assembleia Geral Extraordinária realizada na manhã desta terça-feira (15), pelo Movimento Juntos Somos + Fortes (MJSMF).
De acordo com o órgão, o ato, que aconteceu em frente a Secretaria de Segurança Pública, na Piedade, em Salvador, e reuniu aproximadamente 700 servidores. “Foi uma resposta ao Governo da Bahia por descumprir a Decisão Judicial, determinando que o Estado se reunisse a cada 30 dias com os Policiais Civis para ouvir as reivindicações e apresentar propostas, pondo fim no impasse que tange ao salário de nível superior dos servidores”, diz o sindicato.
Durante as discussões da assembleia foram aprovadas as deliberações do movimento reivindicatório e o cronograma de manifestações, que começam nesta sexta-feira (18). Segundo o SindPoc, os policiais irão entregar as chaves das custódias de presos da delegacias do Estado da Bahia, o mesmo ocorrerá com todas viaturas sem condições de uso. Na segunda-feira (21), haverá a entrega de coletes sem condições de uso e as pistolas Taurus 24/7.
O auge do movimento grevista ocorrerá entre sexta-feira (25) e domingo (27), com a entrega das chefias, extras e a greve geral dos Policiais Civis da Bahia, onde não ocorrerá nenhum tipo de serviço. Além dessas deliberações também foram aprovadas a realização das blitz nas delegacias e a realização de quatro carreatas em Salvador, com data a ser definida.
“A conta dessa greve cairá sobre o governador Rui Costa, ele terá que dizer para os baianos porque não dialogou com o policiais civis. É lamentável ver a postura tão intransigente de um gestor público, até decisão judicial o governo descumpriu, isso gerou muita revolta na categoria”, frisou Eustácio Lopes, presidente do Sidpov.
Segundo Lopes, dos nove estados do nordeste, a Bahia é aquele que paga o pior salário para os profissionais civis de segurança pública, enquanto no ranking nacional, o estado ocupa a 24ª posição.
“A situação do policial civil da Bahia não é nada confortável, passamos vergonha o tempo todo, não temos estrutura de trabalho, ganhamos salários baixíssimos, ficamos para trás dos outros estados do nordeste e do país. Por fim, o governo oferece um reajuste de 4% é inadmissível, preciso é que o governo retome o diálogo sobre salário de nível superior, cumprindo a lei e devolvendo dignidade para a categoria ou então é greve”, finalizou.
O Governo do Estado e a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) ainda não se manifestaram sobre as ações grevistas dos membros da Polícia Civil.