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Moradores de Licínio de Almeida protestam contra impactos do transporte de minério

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Desde segunda-feira (26), moradores das comunidades do entorno de Licínio de Almeida, na região de Guanambi, estão protestando contra os impactos do transporte de minério pela BA-156, rodovia não pavimentada que liga a cidade ao distrito de Brejinho das Ametistas (Caetité). Eles interditaram a passagem de veículos e pedem a imediata pavimentação na rodovia.

De acordo com a Comissão Pastoral da Terra (CPT Bahia), o tráfego dos caminhões da Bahia Mineração (Bamin) levanta e espalha muita poeira de pó de minério, o que vem afetando a saúde da população no entorno das estradas, em especial com doenças alérgicas em crianças e idosos.

Além disso, ainda segundo o órgão, o pó impacta também a produção da agricultura familiar, poluindo não só o ar, como também o solo e as águas. Moradores das localidades de Brejo, Barreiro, Louro, Boiada, São Domingo, Riacho Fundo e Taquaril dos Fialhos seriam os mais prejudicados.

Faixa com dizeres de protesto contra os impactos do trasporte – Reprodução

“Não aparece ninguém pra dar uma solução pra gente. Não temos água, e eles (a mineradora) jorrando água nas estradas todos os dias, toda hora. Eles não podem oferecer nem 200 litros de água pra gente. Ficamos nesse prejuízo, cada dia a saúde da gente fica mais comprometida”, disse Dona Maria Aparecida, moradora do local.

O protesto acontece há pouco mais de um ano após a manifestação realizada no dia 23 de setembro do ano passado. Na ocasião, pessoas de Licínio de Almeida fizeram uma mobilização solicitando o asfaltamento da estrada, porém os pedidos não foram atendidos, e tampouco foram construídas soluções por parte do poder público para as denúncias realizadas.

Diante disso, as famílias das comunidades retomaram as mobilizações para garantir respostas. A mobilização segue por tempo indeterminado na expectativa que o estado possa ouvir a comunidade e abrir um diálogo para construção de soluções.

De acordo com os manifestantes, a ocupação segue na estrada aguardando ações mais efetivas da empresa e do poder público. A Polícia Militar segue acompanhando a manifestação.

Além do problema com a poeira ocasionada pelo transporte de minério pela BA-156, moradores também reclamam que a Bahia Mineração, responsável pela mina Pedra de Ferro, está fazendo uso indiscriminado dos recurso hídricos, o que estaria afetando o abastecimento hídrico das comunidades do entorno.

Bamin

A Bamin está extraindo aproximadamente um milhão de toneladas de minério do ano, em uma operação piloto, que pode crescer mais de vinte vezes com a conclusão da Ferrovia de Integração Oeste Leste (Fiol), arrematada junto ao Governo Federal pela própria empresa, e do Porto Sul, em Ilhéus, empreendimento também sob responsabilidade da empresa cazaquistanesa.

Enquanto não há um ramal ferroviário para embarque do minério extraído diretamente na mina, o produto está sendo escoado por 41 quilômetros de caminhões até Licínio de Almeida, onde ocorre o embarque nos trens da Ferrovia Centro Atlântica (FCA).

A empresa ainda não se pronunciou sobre o protesto com bloqueio da BA-156.

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