Após adiamento, começa a vigorar proibição da pesca do Surubim, peixe símbolo do rio São Francisco

Desde a última segunda-feira (5), o Ministério do Meio Ambiente proibiu a pesca do surubim (pintado) espécie Pseudoplatystoma corruscans em todo o Brasil. O peixe foi incluído pela primeira vez na Lista Nacional de Espécies Ameaçadas de Extinção, na categoria vulnerável.

O pintado, cujo nome científico é Pseudoplatystoma corruscans, está também com a comercialização, transporte, o armazenamento e até mesmo a prática do pesque e solte proibidos.

A inclusão do peixe na lista pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) obedeceu a uma extensa análise de critérios internacionais.

Essa proibição refere-se apenas à espécie encontrada nas bacias do Rio São Francisco, Paraná, Paraguai e Uruguai, que é comum em outros países da América do Sul. As espécies como Pseudoplatystoma punctifer e Pseudoplatystoma tigrinum, chamados também de surubins, não constam da lista de proibição.

Governo do Mato Grosso do Sul Tenta Vetar a Determinação:

O Estado também propõe uma discussão técnica mais ampla com todos os órgãos federias e estaduais de meio ambiente sobre a população do pintado nas bacias dos Rios Paraná e Paraguai.

“A gente sabe, por exemplo, que na bacia do Alto Paraguai, região do Pantanal, as reduções foram menores. Se a gente olhasse só para a bacia do Alto-Paraguai, o pintado não estaria ameaçado de extinção”, declarou a bióloga Natasha Marcolino Polaz.

O Ministério do Meio Ambiente publicou, a portaria 229, que adia a proibição da pesca de pintado no Brasil ate o dia de 5 de dezembro de 2022.

“Outro problema que prejudica as populações de surubim é a contaminação genética, que pode ocorrer em virtude da soltura ou escape de híbridos. Um dos híbridos mais comuns é a mistura do surubim com a espécie congênere cachara, Pseudoplatystoma reticulatum, gerando o que se conhece nas pisciculturas como o peixe “ponto-e-vírgula” por conta do padrão de pintas (do surubim pintado) e faixas (que vem da cachara, mais ‘tigrada’), explica Luciana Carvalho Crema, coordenadora do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Aquática Continental do ICMBio.

 

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