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Pesquisa da Uesb avalia como chuvas fortes afetam a cidade de Jequié

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O clima, o tempo e os mais variados eventos climáticos existentes fazem parte do cotidiano das pessoas e, por causa deles, baseamos diversas decisões de acordo com graus de temperatura em determinada data, ou ainda, se precisaremos levar um casaco e um guarda-chuva ao sair de casa.

Para além das decisões mais básicas, outras mais importantes também estão em jogo quando o assunto envolve as forças da natureza. Pensando no impacto dos eventos meteorológicos no dia a dia das pessoas, o pesquisador Renaildo Santos da Conceição, do Mestrado em Geografia da Uesb, buscou compreender de que maneira os eventos pluviométricos extremos impactam a vida dos cidadãos do município de Jequié.

Impactos sociais – Com o desenvolvimento da pesquisa, Conceição identificou que os impactos diretos à comunidade jequieense podiam ser notados na perda de bens materiais e nas adaptações que as famílias precisam fazer em suas moradias para evitar ou reduzir os alagamentos nos momentos em que ocorrem esses eventos.

Outro aspecto de destaque está relacionado ao fator social. “As famílias de menor condição financeira são mais vulneráveis aos eventos, e as perdas materiais são maiores, enquanto que para as famílias de melhor condição financeira acontece o inverso, são menos vulneráveis e sofrem menos impactos, estas ainda têm melhor condição de adaptação e reparos aos danos ocasionados pelos eventos pluviais extremos”, analisa.

A pesquisa aponta, ainda, que esses eventos acontecem entre os meses de outubro a março, com maior ocorrência em novembro, dezembro e janeiro. Além disso, se caracterizam com a ocorrência de enxurradas nas áreas mais elevadas da cidade, enquanto que nas áreas mais planas acontecem os alagamentos e, por vezes, as inundações causadas pelo Rio das Contas e pelo Rio Jequiezinho.

Conceição ressalta ainda que as “áreas centrais, localizadas nas planícies fluviais, apresentam diversidade de grupos financeiros e maior adensamento populacional, uma vez que são as mais antigas no processo de ocupação. Estas áreas são as mais problemáticas no tange aos eventos de inundações e alagamentos”, observa.

Em seu trabalho, o pesquisador também propõe soluções para esses problemas, como a melhoria do sistema de drenagem pluvial nas ruas e bairros de maior ocorrência dos eventos, além de medidas educativas para conscientização da população sobre o descarte apropriado do lixo e entulho.

Método

O desejo de realizar a pesquisa surgiu com uma inquietação pessoal. “Desde minha infância, fui ouvindo relatos de famílias que vinham sendo impactadas com os alagamentos na cidade, algumas foram obrigadas, até mesmo, a mudar de bairro por conta da frequência dos alagamentos”, relata o pesquisador.

A pesquisa intitulada “Eventos pluviométricos extremos e seus impactos na cidade de Jequié-BA” foi realizada em duas partes. A primeira, uma revisão documental e bibliográfica de dados pluviométricos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), além de dados dos alagamentos disponíveis em jornais e sites entre o período de 2000 e 2018.

Na segunda parte, foi realizada uma pesquisa de campo com visitas técnicas e entrevistas, realizadas entre outubro de 2019 e dezembro de 2020. Além disso, foram observadas a organização e extensão da malha urbana e a forma como se relacionam com os eventos pluviais extremos, buscando identificar quais áreas eram mais afetadas.

Conheça outras pesquisas no site do “Ciência na Uesb”

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