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Cheia do rio de Contas foi uma das maiores da história

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As chuvas da última semana resultaram em uma das maiores cheias da história já registradas no rio de Contas. Um dos principais cursos d’água da Bahia transbordou e invadiu cidades após receber volume expressivo de água, como não ocorreu pelo menos desde 1981.

O ápice da cheia ocorreu neste domingo (25), dia de comemoração do Natal. O reservatório da Usina Hidroelétrica da Pedra, localizada em Jequié, teve afluência média 3.100 metros cúbicos por segundo (m³/s).

Em três dias, o volume último saltou de 65% para 93%. Por conta disso, as comportas precisaram ser abertas para evitar o transbordo total do rio. O procedimento no entanto causou alagamentos em cidades como Jequié e Ipiaú.

De acordo com os dados da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Eletrobrás Chesf), a defluência, ou seja, volume de água liberado pela hidroelétrica, saltou de 95 m³/s na ultima quinta-feira (22) para 190 m³/s na sexta-feira (23). No sábado (24), a defluência média foi de 700 m³/s e no domingo chegou a 1.850 m³/s, com liberação superior a 2.000 m³/s em alguns momentos.

Nesta segunda-feira (26), após diminuição das chuvas e da vazão afluente, a Chesf reduziu a vazão defluência para 1.600 m³/s. No entanto, várias ruas e centenas de imóveis já estavam inundados nas localidades à jusante.

A estatal ressaltou que realizou a operação do Reservatório da Pedra em acordo com as regras e diretrizes estabelecidas e liberou vazão sempre inferior à que estava recebendo, cumprindo com sua função de controlar cheia.

“O Rio de Contas apresentou, este ano, uma das maiores cheias de sua história”, disse a Eletrobrás Chesf em Nota.

A companhia frisou que a situação hidrológica está sendo permanentemente avaliada, podendo haver alterações nos valores de vazão que estão sendo praticados em função da evolução das chuvas e vazões na Bacia do Rio de Contas.

Jequié

Em Jequié, o nível do rio estava abaixo da cota de 2 metros em meados da última semana e chegou a 9,88 metros na noite deste domingo, permanecendo nesta patamar durante toda a manhã desta segunda-feira.

Após a redução da vazão na Usina da Pedra, o nível do rio começou a baixar pouco antes do meio dia e voltou à cota 8,10 metros no fim da noite.

Moradores e comerciantes que tiveram seus imóveis invadidos pela água reclamaram da falta de comunicação ágil para que pudessem salvar seus pertences antes da aberturas das comportas da hidroelétrica.

A prefeitura do município informou que procedeu, na noite desta segunda-feira, 26, a interdição das vias de acesso ao Centro de Abastecimento Vicente Grilo (Ceavig), além de trechos da Avenida Franz Gedeon, Travessa Costa Brito e Avenida Castelo Branco.

Como as águas do Rio Jequiezinho estão voltando ao nível normal, as vias voltarão a ser liberadas na manhã desta terça-feira, para que as equipes da Prefeitura de Jequié executem os serviços de limpeza e coleta de entulhos e para que os proprietários e comerciantes possam fazer a retirada de produtos, bem como a verificação de possíveis danos e a manutenção dos estabelecimentos comerciais atingidos pela enchente.

Por conta da situação, a prefeitura cancelou os eventos previstos para ocorrer até o ano novo. O poder público municipal também disponibilizou canais de doações para ajudar as famílias afetadas.

As doações em dinheiro irão para uma conta bancária específica, do Fundo Municipal de Assistência Social (FMAS). De acordo com a pasta, os recursos arrecadados serão usados para reduzir os danos sociais das pessoas atingidas nas várias partes da cidade.

A conta bancária do Banco do Brasil tem como número de agência 060-4 e conta número 56412-5. Também foi disponibilizada a Chave Pix 18.250.800.0001-26 (CNPJ).

Até o momento, não divulgado nenhum balanço oficial sobre a quantidade de imóveis atingidos e nem de famílias desalojadas pela cheia.

Previsões

Os institutos de meteorologia e os modelos meteorológicos estão apontando para a diminuição das chuvas em praticamente toda a Bahia até o Ano Novo. As chuvas devem se concentrar nos próximos dias nas regiões Norte e Centro-Oeste do país, com chances de chuvas expressivas também em algumas áreas de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.

Os volumes maiores no estado estão previstos para o Litoral e para o Extremo-Oeste, com acumulados não superiores a 50 mm nos próximos dez dias. Nas demais regiões são esperados apenas pancadas e em menor probabilidade a formação de novos temporais.

Veja a previsão para dez dias

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