Bom para dietas, bebidas e para a saúde, de cor vermelha, robusto e com sabor agridoce, o morango é, para alguns, a melhor fruta do mundo. Atualmente, de acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o Brasil é o maior produtor desse alimento na América Latina, com 33% da produção, que representa cerca de 175 milhões de mudas de plantas.
Buscando trazer inovações e soluções para o cultivo do morango, principalmente na agricultura familiar, pesquisadores da Universidade do Estado da Bahia (Uesb) vem desenvolvendo o estudo “Serviços ecossistêmicos de abelhas em cultivo de morango no Planalto da Conquista”. A pesquisa busca avaliar a utilização das abelhas sem ferrão no melhoramento da produção do fruto, gerando, assim, uma melhor aceitação no mercado.
De acordo com a professora Raquel Maluf, orientadora do estudo no Programa de Pós-Graduação em Agronomia da Uesb, a proposta é utilizar as abelhas para a polinização dos morangos, pois, com uma melhor distribuição do pólen, há uma melhor formação dos frutos. Assim, o morango se desenvolve com maior peso (massa fresca) e com menores graus de deformidade. “Esses frutos [deformados] não têm mercado para a venda in natura e são, normalmente, vendidos a preços inferiores para o mercado de polpas para sucos, iogurtes ou geleias”, explica Maluf.
O estudo foi realizado pela pesquisadora Priscila Miranda e contou com a parceria da Casa do Mel, que emprestou colônias de abelhas sem ferrão de duas espécies diferentes, e com produtores da Barra do Choça. A experiência foi conduzida em quatro épocas diferentes do ano, durante as quatro estações, sem a utilização de agrotóxico. A produção foi mantida em áreas com vegetação nativas com técnicas que asseguram o desenvolvimento das abelhas.
As próximas etapas irão desenvolver estudos para determinar quantas caixas seriam necessárias por hectare plantado para garantir um aumento de produção específico e fazer a análise econômica detalhada dos custos e benefícios do modelo proposto. A ideia, conforme pontua Miranda, é também propor uma cartilha de orientação para os pequenos produtores para tornar acessível essas técnicas de plantio. “Além disso, o objetivo é demonstrar o impacto dos polinizadores sobre a qualidade dos frutos, quanto ao formato, propriedades químicas, físicas e potencial germinativo, podendo, assim, auxiliar em pesquisas futuras a exemplo do melhoramento genético”, completou a pesquisadora.