Um idoso de 75 anos morreu na noite desta quarta-feira (17), na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), após ficar internado por oito dias em estado grave, à espera de liberação de transferência pela Central de Regulação do Governo da Estado para algum leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da rede pública.
O caso causou bastante comoção na cidade e repercussão na imprensa e redes sociais. Os problemas com transferência de pacientes têm sido comuns na região, fazendo com que alguns não resistam até que a vaga seja liberada.
Em nota enviada à Agência Sertão, a Coordenação Médica da UPA confirmou que o problema foi causado pela demora da Central de Regulação do Estado em autorizar a transferência e a realização de uma cirurgia neurológica, mesmo com muitas tentativas por parte da equipe da unidade.
A coordenação disse ainda que, mesmo não sendo o local ideal, o paciente foi mantido internado com todos cuidados e aparelhos de suporte de vida, após ter sido encaminhado pelo Samu. No entanto, a UPA não teria condições de realizar a parte cirúrgica. Com a demora, o paciente acabou não resistindo às complicações
“A UPA de Guanambi tem mantido pacientes graves, mesmo não sendo o papel legal da unidade, mas nunca deixaremos nossos pacientes desassistidos. Sofremos com a dificuldade de regular pacientes graves, mas, não deixaremos de lutar pelos direitos dos cidadãos”, informou a coordenação médica na nota.
Como o próprio nome indica, a UPA deveria servir apenas para receber os casos de urgência médica, no entanto, em Guanambi, muitas vezes, o local acaba sendo utilizado para internamento de pacientes.
Como o município não tem um hospital municipal, ao contrário de muitos municípios da região, com populações menores e economias mais modestas, a unidade acaba sendo a única disponível para a população.
No início deste mês, a Prefeitura de Guanambi divulgou um edital de licitação destinado a contratar a empresa e a mão-de-obra para construção da sede própria do hospital. Atualmente o município mantém uma estrutura onde funcionava o antigo Hospital São Lucas, alugado pela prefeitura para realização de cirurgias eletivas.
Nas últimas semanas, a Prefeitura alugou um novo espaço, no prédio que era usado pela UniFG na Av. Barão do Rio Branco, e que serviu como hospital de campanha no momento de maior demanda por hospitalização durante a pandemia. A justificativa é de que o local tem uma estrutura mais ampla para o funcionamento da unidade até a conclusão das obras da sede própria.