Suspeito de feminicídio em Guanambi segue foragido, vítima teve órgãos doados

A polícia ainda não conseguiu prender Maykon Douglas Assunção Rodrigues, de 25 anos, suspeito de ter espancado e arrastado em uma moto sua companheira, Vitória Bispo dos Santos Ferreira, de 20 anos. De acordo com o delegado Clécio Magalhães, coordenador da 22ª Coordenadoria de Polícia do Interior (Corpin), as equipes seguem empenhadas em localizá-lo.

O mandado de prisão contra Maykon foi expedido pela Justiça nesta quinta-feira (3), a pedido da Polícia Civil, por meio do Núcleo Especializado de Atendimento à Mulher (Neam). Vitória teve a morte encefálica confirmada na última terça-feira (1º), após dez dias internada em estado grave. Seus órgãos foram removidos para doação após autorização da família.

O fato aconteceu no dia 22 de julho, quando a jovem foi levada para o Hospital Geral de Guanambi (HGG) por familiares do suspeito, que informaram à unidade de saúde que ela havia sofrido um acidente de trânsito.

A irmã de Vitória disse à reportagem da TV Record que a família soube de seu estado de saúde ao receber uma foto onde ela aparecia machucada, em uma maca. Ela disse também que quatro dias depois do ocorrido, ao chegar em Guanambi, sua mãe a encontrou na mesma maca, no corredor do HGG, e que ela só teria recebido os cuidados após este dia.

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“A família dele deixou ela no hospital, eles jogaram ela no hospital, como se ela não fosse ninguém. Falaram que ela tinha sofrido acidente, que encontraram ela na estrada caída. Quando minha mãe chegou ela tava no corredor do hospital, sem nenhum tipo de atendimento porque o hospital não deu assistência nenhuma para ela, enquanto minha mãe não chegou. Ai depois que minha mãe chegou que eles foram começando a fazer os procedimentos”, disse.

Ela também reclamou da atuação da Polícia Civil da Bahia. “Minha mãe foi fazer o boletim de ocorrência, portanto, eles não foram atrás dele. Explicaram que como acharam ela jogada eles tinham que investigar e que só ela poderia contar o que aconteceu. Ai depois que ela morreu que eles foram fazer alguma coisa. Ai já mudaram o boletim de ocorrência, montaram o mandado de prisão para ele e agora estão procurando. Mas isso só depois que ela morreu”.

Ainda segundo a irmã, o relacionamento entre Vitória e Maykon foi marcado por episódios de brigas e violência. Os dois se conheceram a cerca de um ano e meio, na cidade de Pedregulho, no interior de São Paulo. Há cerca de cinco meses, ela veio para a Bahia com o filho, hoje com oito meses, fruto do relacionamento do casal.

“Nós queremos justiça, o que ele fez como ela não se pode fazer com ser humano nenhum”, concluiu.

A direção do HGG informou que todos os trâmites necessários foram feitos de acordo com os protocolos existentes e que casos relacionados a violência doméstica, sexual e /ou outras violências interpessoais são devidamente notificados conforme protocolo do Ministério da Saúde. A unidade não informou em qual CID (Classificação Internacional de Doenças) Vitória foi enquadrada.

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