O inverno de 2023 acaba nesta sexta-feira (22), mas já entrou para a história. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a atuação de massas de ar frio causou queda nas temperaturas e favoreceu a formação de geada, com intensidade variando de fraca a forte nas regiões serranas do Sul do País. No entanto, as altas temperaturas se destacaram nos meses de inverno.
O aquecimento foi impulsionado pela presença de intensas massas de ar quente e seco, com temperaturas acima de 30ºC em grande parte do Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Nestas regiões, foram observados mais de 70 dias de calor intenso durante a estação.
Em algumas áreas da Região Sudeste, como no noroeste de São Paulo e norte e triângulo mineiro, foram observados de 50 a 70 dias com temperaturas elevadas, principalmente nos meses de agosto e setembro.
Além das altas temperaturas, a estação foi marcada por eventos de onda de calor em grande parte do País, especialmente nos meses de agosto e setembro. As temperaturas máximas ultrapassaram 40°C em alguns municípios do centro-norte do Brasil, com anomalias positivas de temperatura máxima e mínima, isto é, temperaturas maiores que a média climatológica (média histórica) e acima de 1,5°C (figura 2a e 2b). Os maiores valores de temperatura máxima registrados nas estações meteorológicas do Inmet ocorreram em Cuiabá (MT), com 41,8ºC, no dia 23 de agosto, e em Balsas (MA) e Bom Jesus do Piauí (PI), com 41,5°C, no dia 15 de setembro.
Este cenário pode ser resultado dos primeiros reflexos do fenômeno El Niño em pleno inverno, aliados aos efeitos do aquecimento global. Como exemplo, estão as cidades de Cuiabá (MT) e São Paulo (SP), que tiveram o inverno mais quente dos últimos 63 anos. Desta forma, é possível dizer que recordes e mudanças no padrão climático serão cada vez mais frequentes em diversas partes do País.