El Niño pode causar impactos na agricultura brasileira

Os efeitos do El Niño Oscilação Sul (ENOS), fenômeno climático natural de grande importância no mundo, podem causar grande impacto na safra agrícola 2023/2024 que iniciou em julho deste ano e vai até junho de 2024. Dada a sensibilidade da agricultura às variações climáticas, é essencial compreender como o El Niño pode alterar as condições climáticas e, consequentemente, impactar a produção agrícola brasileira.

De acordo com informações do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), normalmente, em anos de El Niño, é comum observar o aumento da disponibilidade hídrica no centro-sul do Brasil, o que tende a beneficiar as culturas de grãos, como a soja e o milho primeira safra. No entanto, o excesso de chuva na Região Sul pode aumentar a umidade e a severidade de doenças em plantas, exigindo maior vigilância e cuidados no monitoramento e manejo das culturas.

Já em áreas do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), a redução dos níveis de água no solo pode resultar em perdas significativas de produtividade. No Brasil Central, a irregularidade da chuva também pode dificultar o manejo agrícola e afetar a produtividade.

Vale ressaltar que nem todo evento do El Niño leva a impactos típicos, e variações significativas podem ser observadas. Essas variações dependem da configuração e intensidade específicas de cada fenômeno El Niño, bem como de uma série de fatores locais e regionais. Estes incluem outros sistemas meteorológicos e padrões de teleconexão que podem interagir com o ENOS, modulando seus efeitos.

Fase atual do El Niño Oscilação Sul (ENOS)

O El Niño Oscilação Sul (ENOS) é caracterizado pela interação entre a atmosfera e o oceano, no Pacífico Equatorial, e possui duas fases distintas: o El Niño (fase quente), associada ao aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico, e a La Niña (fase fria), vinculada ao resfriamento dessas águas. Ambas as fases têm o potencial de influenciar significativamente nos padrões climáticos ao redor do mundo, incluindo o Brasil.

Depois de quase três anos sob as condições do fenômeno La Niña, que perduraram até março deste ano, o panorama climático mudou drasticamente. As águas do Pacífico Equatorial aqueceram rapidamente nos meses subsequentes, e, em junho, foi oficialmente confirmado o início das condições do El Niño.

Desde então, a intensidade tem variado de fraca a moderada, com anomalias da Temperatura da Superfície do Mar (TSM) oscilando entre 0,9°C e 1,3°C até o mês de agosto. No entanto, em setembro/outubro, as anomalias de TSM apresentaram valores em torno de 1,5°C, indicando uma possível evolução para uma classificação mais intensa do fenômeno. Contudo, para consolidar essa classificação, é essencial que as temperaturas se sustentem nesse patamar elevado nos próximos meses.

Confira a análise climática completa sobre os impactos do El Niño na agricultura brasileira AQUI.

Entenda melhor o que é e quais os impactos do El Niño assistindo ao vídeo abaixo.

El Niño: Você sabe o que é e quais os impactos deste fenômeno?

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