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Barragens de Guanambi estão com pouco mais de 50% da capacidade de armazenamento

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O longo período sem chuvas expressivas e o sol escaldante das últimas semanas têm reduzido rapidamente os volumes dos lagos das barragens de Ceraíma e Poço do Magro, principais reservatórios do município.

Nesta sexta-feira (10), o escritório local da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf) divulgou as medições feitas semanalmente nas réguas de nível das barragens.

Poço do Magro está com com 18,7 milhões de metros cúbicos (m³), o que equivale a 50,5% dos volume total, de 37 milhões de m³. No ano passado, nesta mesma data, a reserva era de 29,25 milhões de m³, mais de 79%.

Já o armazenamento de Ceraíma é de 26,9 milhões de m³, cerca de 52,6% dos 51,1 milhões de m³ de volume total. O armazenamento também é bem inferior ao da mesma data do ano anterior, quando havia 37,2 milhões de m³, cerca de 73% da capacidade.

De acordo com as previsões meteorológicas, os volumes dos reservatórios da região devem continuar caindo pelas próximas semanais, já que as chances de chuvas expressivas a curto e médio prazo são pequenas. Além disso, a região deverá ser atingida pela fortemente pala onda de calor, com registros de temperaturas altas por vários dias seguidos, acelerando o processo de evaporação.

Além disso, a retirada de água para consumo humano e irrigação tem sido expressiva em Ceraíma. Segundo dados do último boletim de alocação da Agência Nacional de Águas (ANA) disponibilizado em setembro, entre junho e agosto o consumo foi de cerca de 500 litros por segundo.

O Sistema Integrado de Abastecimento de Água (SIAA) do Algodão foi o maior consumidor, com cerca de 262,23 litros por segundo para abastecer Caetité e os distritos de Maniaçu, Lagoa de Dentro e Lagoa de Fora, além de Morrinhos (Guanambi). Também foram retirados em média 84 litros por segundo para complementar o abastecimento em Guanambi, ou seja, mesmo com a água que chega do Rio São Francisco, a barragem continua servido para o abastecimento humano na região.

Já o Perímetro Irrigado de Ceraíma consumiu no mesmo período uma média de 200,5 litros por segundo.

A expectativa para evitar um futuro problema com escassez de água é de que as chuvas do início do ano tragam alguma recarga para as barragens. Em 2015, assim como em 2023, havia a atuação de um El Niño muito forte que impediu o avanço das nuvens carregadas pela região.

No entanto, em janeiro de 2016, chuvas históricas fizeram Ceraíma recuperar quase todo o seu volume e Poço do Magro sangrar pela primeira vez. Como este ano o mesmo fenômeno tem atuado, deixado o tempo mais seco e quente que o normal, espera-se que as chuvas volumosas caiam no início de 2024 para garantir a reserva. Em Janeiro de 2022 as duas barragens sangraram ao mesmo tempo pela primeira vez.

Preocupados com a possibilidade de não ocorrer uma recarga adequada, irrigantes de Ceraíma e lideranças políticas locais têm se mobilizado para pedir que a Embasa deixe de retirar água da barragem e passe a usar apenas a retirada do Rio São Francisco para o abastecimento humano da região.

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