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Área de futuro Parque Nacional na Bahia tem a maior caverna e lago subterrâneo já encontrados no Brasil

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A criação do Parque Federal das Cavernas do Desiderio, no Oeste da Bahia, esta em reta final de tramitação. Segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio), o parque abriga o maior salão de caverna e o maior lago subterrâneo já descobertos no país.

Iniciado em 2010, o processo de criação do parque entrou agora em consulta pública. De acordo o ICMbio, o parque fica localizado na Garganta do Bacupari e abriga o Buraco do Inferno da Lagoa do Cemitério; um dos hotspots de diversidade da fauna subterrânea.

“O ambiente também abriga o Sumidouro do João Baio, no qual se observa variação regular do fluxo de água (com ciclos a cada 8 minutos), por meio provável sifonamento das águas subterrâneas que configura fenômeno raro em nível mundial”, diz o documento do ICMbio.

O futuro parque tem “locais de extrema beleza cênica com o Lago Azul, a Gruta do Catão, o Buraco da Sucupira, o Buraco da Sopradeira; área ainda em porções conservadas de fitofisionomias do bioma Cerrado, em especial a Mata Seca; expressivos sistemas flúviocárticos, incluindo extensos aquíferos em rochas calcárias; além de sítios arqueológicos importantes e aproximadamente 200 cavernas já registradas, com grande potencial para a descoberta de novas cavernas”, diz documento do órgão ambiental.

CAVERNAS AMEAÇADAS

De acordo com pesquisa, as cavernas do estado da Bahia são ameaçadas por atividades potencialmente degradantes, tais como mineração, agricultura e instalação de grandes estruturas como estradas, barragens e plantas eólicas. Além disso, a ocupação humana desordenada nos arredores das cavernas e, especialmente, a baixa cobertura de saneamento básico em muitos dos municípios detentores de cavidades, causam impactos negativos nesses sistemas.

Atualmente, a Bahia possui quase duas mil cavidades naturais subterrâneas em seu território, é o terceiro estado brasileiro com o maior número de cavernas conhecidas, ficando atrás apenas de Minas Gerais (10.570) e Pará (12,63%), conforme aponta o Anuário Estatístico do Patrimônio Espeleológico Brasileiro de 2022.

Embora a região apresente um grande potencial turístico relacionado às cavernas (espeleoturismo), problemas como falta de infraestrutura e baixo índice de desenvolvimento socioeconômico atrapalham o desenvolvimento da atividade. Buscando estudar esse cenário e oferecer soluções para essa realidade, foi desenvolvida a pesquisa “Caracterização e Regionalização dos Terrenos Cársticos, em Rochas Carbonáticas, no Estado da Bahia”.

O projeto aponta que o espeleoturismo com um trabalho correto de manejo pode assegurar uma maior proteção do patrimônio de cavernas do Estado, que conta com regiões como Iraquara, na Chapada Diamantina, onde essa atividade está bem consolidada, mas ainda há perspectivas de ampliação. Por meio da síntese de uma análise SWOT, uma ferramenta de planejamento estratégico utilizada para identificar situações e auxiliar na tomada de decisões, o trabalho apresentou os fatores de força, fraqueza, oportunidades e ameaças relacionados à exploração da atividade turística em cavernas baianas. Confira.

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