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Cidade da Bahia fica sem água potável após obra de parque eólico afetar curso d’água

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A água geralmente límpida que desce da serra e abastece as casas da cidade de Urandi, na Região de Guanambi, ficou muito barrenta após as chuvas registradas no município nesta segunda-feira (20). Embora seja normal o aumento da turbidez após períodos chuvosos, desta vez, a quantidade de terra na água ficou bem acima do normal, algo nunca visto antes, tornando inviável a sua utilização para qualquer finalidade.

O motivo, segundo a prefeitura, são as obras de terraplanagem do empreendimento eólico Serra das Almas. Parte da terra revirada pelas máquinas acabou no leito do rio Cabeceiras Raiz, chegando até a barragem onde é feita a captação para abastecer os imóveis da cidade.

Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente informou que atua na apuração dos danos causados pelo empreendimento, e que vai cobrar que a empresa tome as medidas necessárias para resolver o problema e recuperar a barragem.

Pelas redes sociais oficiais do município, o prefeito Warley disse que a prefeitura montou um plano emergencial para reabastecer a cidade. O primeiro passo, nesta quarta-feira (22), será remover a lama acumulada nos reservatórios que fazem a distribuição da água nos bairros.

Em seguida, ele disse que serão utilizados caminhões pipa para captar a água em pontos onde a qualidade não foi afetada para encher estes reservatórios e retomar o fornecimento de forma emergencial, até que o problema seja resolvido.

Já no fim da noite, o prefeito voltou a se pronunciar ao lado do prefeito de Licínio de Almeida, Fred Vasconcelos, onde também houve problemas causados pela mesma obra, instalada na divisa dos dois municípios. Eles disseram que  o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) decidiu embargar as obras após tomar conhecimento do caso.

A Parque Eólico Serra das Almas diz que não há fatos que relacione obras à lama na água em Urandi.

A cidade de Urandi não conta com um sistema de tratamento de água. O abastecimento é feito pela captação direta no rio que desce limpo da serra e distribuída pela cidade, sem passar por hidrômetros.

De acordo com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas para Desastres Naturais (Cemaden), Urandi foi a cidade com mais chuvas na Bahia nas últimas 96 horas. O acumulado foi de 41 mm, quase todo registrado nesta segunda-feira. Apesar da marca, o volume é considerado normal, incapaz de deixar a água não potável por si só.

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