A falta de chuvas está atrasado a semeadura de grãos nas áreas produtivas do Oeste da Bahia. No caso da soja, faltando uma semana para o fim de outubro, chegou a 39% do total da área que se prevê plantar da oleaginosa na safra 2023/24. As informações são da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba).
O ritmo é lento, se comparado ao mesmo período de 2022, e o motivo é a falta de chuva que afeta boa parte do Brasil e tem forçado os produtores a reduzir o ritmo ou parar o plantio.
O mesmo cenário se verifica no avanço do plantio de milho verão no oeste da Bahia. Até o momento, aproximadamente 30 mil hectares foram plantados, correspondendo a 27,5% da área total estimada. Assim como nas áreas de soja, o milho está enfrentando as mesmas adversidades.
Os volumes de chuva na região estão abaixo da média. De acordo com os dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), em Barreiras, as estações meteorológicas da cidade registraram 49,7 mm (59 mm na convencional e 40 mm na automática) neste mês até o momento.
A média climatológica na cidade é de 169 mm e não há previsões de chuvas expressivas até o início de dezembro, quando novamente podem ocorrer novas precipitações suficientes para melhorar as condições de plantio.
Em Luís Eduardo Magalhães, o acumulado é de 50 mm e em Correntina é de 16,5 mm. Já em Formosa do Rio Preto foram registrados 65 mm e em Santa Rita de Cássia foram 27 mm. Além da falta de chuvas, o calor forte tem contribuído para diminuir a umidade do solo.
As condições climáticas na região estão sob forte influência do El Niño, fenômeno historicamente relacionado à queda na produtividade na região devido à diminuição das chuvas e aumento do calor na metade Norte do país.
Previsão de aumento da área plantada
Apesar das condições adversas até o o momento, para a atual safra, a previsão é de um aumento na área semeada de soja de 7,5% quando comparada ao ano passado, o que deve levar a Bahia a ter 2 milhões de hectares plantados somente desse grão. A produção também deve subir 7,5% e ultrapassar as 8 milhões de toneladas. No caso do milho, o cenário é inverso, com menos 39% da área plantada e produção menor em 15%.
“O clima é uma variável considerável para evolução do ritmo da semeadura”, afirma o diretor executivo da Aiba, Alan Malinski. Na última semana, foi registrada uma redução efetiva da atividade em algumas áreas. Além disso, está havendo replantio de maneira pontual em zonas de má distribuição pluviométrica. Estima-se que em torno de 4% da área já teve a necessidade de replantio.
No entanto, salienta Malinski, existem regiões onde não houve impactos negativos e a atividade foi retomada ou está próxima da conclusão, de acordo com os indicadores de precipitação pluviométricas e umidade do solo.