As chuvas estão muito raras em Vitória da Conquista desde o início de 2023. No início da última semana, os institutos de meteorologia chegaram a prever que os primeiros dias de dezembro seriam chuvosos, no entanto, a maior parte do município não recebeu nenhuma precipitação.
Neste domingo (3), dos cinco pluviômetros do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden) instalados na cidade, apenas um registrou chuva, no bairro Patagônia. O volume foi de apenas 2,3 milímetros (mm). As previsões indicam que ainda pode chover de forma isolada até quarta-feira, no entanto, os volumes esperados continuam pouco expressivos.
A última chuva significativa, de pelo menos 10 mm, caiu sobre a cidade no dia 29 de agosto, há 96 dias. Na ocasião, a estação meteorológica do Instituto Nacional e Meteorologia (Inmet), localizada na Uesb, registrou 12 mm. Antes disso, a última vez que o acumulado em 24 horas superou este patamar foi no dia 2 de maio, quando foram registrados 11 mm.
Os dados do Inmet mostram que as chuvas estão abaixo da média em Vitória da Conquista desde fevereiro, com exceção do mês de abril, quando houve precipitações expressivas na região.
Além disso, o último novembro foi o mais seco já registrado na cidade em 48 anos de funcionamento da estação meteorológica, instalada na Uesb desde 1975. Foram apenas 6,3 mm nos 30 dias do mês. O calor também bateu recordes, com registro de máxima de 36,5ºC no dia 19, a segunda maior da história. A média climatológica histórica (1991-2020) é de 128 mm para novembro.
A situação tem causado problemas graves, principalmente na zona rural do município. A falta de pastagens verdes está afetando a disponibilidade de alimentação para os rebanhos dos produtores e agricultores familiares. Também há dificuldade de disponibilidade de água para dessedentação animal e até mesmo para o consumo humano em comunidades mais isoladas.
Os prognósticos meteorológicos de longo prazo indicam que as chuvas só devem chegar com maior força na região no fim da primeira quinzena. A expectativa é de que o calor fique acima e as precipitações abaixo da média até o fim do mês.
Toda esta condição adversa está relacionada com a atuação do El Niño, que consiste no aquecimento das águas do pacífico equatorial. O fenômeno está relacionado à diminuição das chuvas e ao aumento do calor nas regiões Norte e Nordeste do país.
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