O boletim divulgado nesta terça-feira, 20 de fevereiro, pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (National Oceanic and Atmospheric Administration – NOAA), órgão oficial dos Estados Unidos de meteorologia, clima e oceanos, indica maior probabilidade para ocorrência de La Niña no segundo semestre de 2024.
De acordo com o documento, o El Niño continua perdendo força e espera-se que a condição de neutralidade das águas do Pacífico Equatorial seja atingida em abril, persistindo neutro até julho.
Depois disso, a probalidade de La Niña é maior e as chances aumentam durante a temporada de setembro a novembro, início da primavera no Hemisfério Sul e do outono no Hemisfério Norte, chegando a quase 80%. No início deste mês, a probabilidade era de cerca de 60%.
O fenômeno traz impactos significativos às condições climáticas no Brasil, principalmente em relação às safras em todas as regiões do país.
No fim do ano passado, a atuação do El Niño, um dos mais fortes dos últimos anos, proporcionou chuvas muito acima da média climatológica no Sul do país, causando diversos danos à agricultura e inundações históricos em várias cidades, com registros de dezenas de pessoas mortas vítimas dos temporais.
Ao mesmo tempo, as precipitações ficaram abaixo da média na metade norte do país, proporcionando seca extrema em estados no Norte e Nordeste, além de ondas de calor com temperaturas muito acima da média por vários dias consecutivos.
O padrão da La Niña costuma ser o contrário, com primavera mais chuvosa na metade norte e estiagem na metade sul do país. Nas três primaveras anteriores (2020 a 2022), as condições atmosféricas foram determinadas por este fenômeno. Neste período, ocorreram vários registros de chuvas acima da média em diversas partes do país, principalmente na Bahia, com acumulados históricos em dezembro de 2021.
Acesse o boletim do NOAA completo (em inglês)
La Niña e El Niño
O La Niña é um fenômeno oceânico caracterizado pelo resfriamento das águas superficiais de partes central e leste do Pacífico Equatorial e de mudanças na circulação atmosférica tropical, impactando os regimes de temperatura e chuva em várias partes do globo, incluindo a América do Sul.
Já no El Niño, ocorre o aquecimento das águas superficiais em áreas do Oceano Pacífico Equatorial.